SOS Empregos volta a cobrar vagas na termoelétrica

SOS Empregos volta a cobrar vagas na termoelétrica (Fotos: Portal Infonet)

Mais uma vez, membros do grupo SOS Emprego realizaram um protesto em frente à usina termelétrica Celse, que está em fase de construção, na manhã desta sexta-feira, 27, na Barra dos Coqueiros. O objetivo da mobilização é cobrar que seja feita a contratação de mão de obra sergipana para trabalhar nesta etapa.

Dezenas de desempregados participaram do ato, tentando chamar a atenção dos responsáveis pela termoelétrica, das autoridades e da população. Os manifestantes lembraram que foi feito um acordo com o Governo do Estado para priorizar os trabalhadores da terra. No entanto, até agora, nada aconteceu.

“Continua o pessoal ‘de fora’ vindo trabalhar aqui no complexo e nós sem emprego. Nós sergipanos somos prejudicados. Eles chegam, não fazem testes, vão direto para a empresa, fazem exames, e conseguem trabalhar antes de quem faz as entrevistas. Somos profissionais qualificados, lutamos para trabalhar no nosso Estado, queremos levar nosso alimento para casa, mas infelizmente há essa retaliação”, desabafou Fernando Silva.

Sandro Santana fala sobre dificuldades: "Quando a necessidade bate na porta, o amor sai pela janela"

Sandro Santana, outro militante do grupo, destaca que muitos passam necessidade pela escassez de trabalho. “A gente encara isso da maneira mais dura possível, vemos várias famílias com dificuldade. Quando a necessidade bate na porta, o amor sai pela janela. Estamos em uma situação difícil, muitos de nós atuávamos em outros estados, e sonhávamos com um empreendimento deste porte para trabalhar ‘em casa’. Hoje, infelizmente, isso é tomado de nós, à vista de toda a sociedade, dos órgãos. Brigamos, falamos, fazemos tudo pacificamente, mas até onde der. Tem uma hora que cansa de ser pacífico, de cobrar dos meios legais. Vamos mostrar resistência. Nada mais justo”, protestou.

O deputado estadual Georgeo Passos (Rede) foi ao ato e garantiu que vai procurar novamente o Governo do Estado para tornar viável a contratação de profissionais sergipanos. “A gente sabe que vem pessoas de outros estados e passam na frente deles. Belivaldo tem consciência de tudo, sabe da problemática. Lógico que vamos insistir, porque enquanto disserem que o acordo não está sendo cumprido, cabe a nós, da Assembleia Legislativa, defender o povo sergipano”.

Trabalhadores alegam que empresa prefere trazer profissionais de outros estados; Celse nega

A chefe da Casa Civil, Conceição Vieira, afirmou que a firma provou, através de documentos, que 60% da mão de obra é sergipana. "Sabemos que vivemos em um período de recessão, mas o Estado sozinho não dá conta. Existe essa reivindicação, mas a empresa provou. Nós pedimos paciência, existem questões na contratação como qualificação, exercício de atividades específicas e experièncias. Nossa demanda é maior, mas vamos continuar dialogando com a classe".

Celse

A Celse disse que a construção da Usina Termoelétrica gera cerca de 1.701 empregos diretos e 465 empregos indiretos, totalizando 2.166 trabalhadores ou 64% de toda a mão de obra que trabalha nas obras no momento. De acordo com a Celse, A GE, parceira responsável pelas obras, é a maior responsável pelas contratações. Hoje, a CELSE tem com 67 funcionários diretos e um total de 19 indiretos.

De acordo com a Celse, para todas as vagas abertas, profissionais de Sergipe são priorizados, considerando a experiência, as habilidades, as qualificações necessárias para exercer a atividade. A empresa disse também que criou uma Central de Contratação em Barra dos Coqueiros para receber diretamente os currículos de profissionais, mas que processo seletivo continua sendo conduzido pela GE, responsável pelas obras, e suas subcontratadas.

A CELSE disse também que prioriza, desde o início das obras, a contratação de mão de obra local, e que por isso criou o Centro de Captação. Do total atual de colaboradores na construção, 18% são de moradores da Barra dos Coqueiros e 46% de outros municípios sergipanos, o que representa 64% de todo o quadro funcional.

Sobre os protestos, a Celse destacou que está aberta a receber as reivindicações dos diversos atores da sociedade civil, bem como de órgãos governamentais e sindicatos; e que todo o processo de recrutamento e seleção é feito de forma transparente, seguindo as leis e a ética.

A empresa ressaltou que é necessário ter a qualificação exigida (requisitos de especialidade e experiência) para exercer a atividade e que os trabalhadores do SOS Empregos são indicados para trabalhar na obra da mesma forma que qualquer pessoa cujo currículo está cadastrado no centro de currículos é. A Celse garantiu que não há nem privilégios nem restrições a pessoas do SOS Empregos.

Por Victor Siqueira

A matéria foi alterada às 17h28 para acréscimo de nota enviada pela Celse. 

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