Deputados ameaçam acionar a Justiça para barrar terceirização do Samu

A parlamentar alertou, contudo, que os deputados do Cidadania poderão recorrer à justiça caso seja observado um possível dano à população com a implementação de um empresa para gerenciar os serviços do Samu (Foto: Portal Infonet)

A terceirização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi tema de uma audiência pública realizada durante a tarde desta terça-feira, 03, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). Segundo a deputada estadual Kitty Lima, que integrada o gabinete compartilhado do Partido Cidadania, formado pelos deputados estaduais Samuel Carvalho, Georgeo Passos, o objetivo do encontro foi colocar às claras os pontos-chaves desse processo de terceirização. A parlamentar alertou, contudo, que os deputados do Cidadania poderão recorrer à justiça, caso seja observado um possível dano à população com a implementação de um empresa para gerenciar os serviços do Samu.

Kitty Lima destaca que os deputados que compõem o gabinete compartilhado estão dispostos a usar todo o aparato político, se necessário, para barrar esse projeto (Foto: Portal Infonet)

“Ficamos muito frustrados porque não existiu debate ou audiências públicas para ouvir os servidores. O que a gente precisa é passar para o público o que é em si essa terceirização”, afirma a deputada Kitty Lima. Ainda segundo a parlamentar, a audiência pública irá gerar alguns encaminhamentos a fim de atender as solicitações dos sindicatos.

Kitty Lima destaca que os deputados que compõem o gabinete compartilhado estão dispostos a usar todo o aparato político, se necessário, para barrar esse projeto. Lima ressaltou que irá ouvir atentamente as revindicações da categoria com o objetivo de agir de maneira precisa ao que for pedido.“Estamos na expectativa que eles falem sobre como podemos atuar para resolver essa questão”, afirma Lima.

Para a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe (Seese), Shirley Morales, acredita que a terceirização não é o caminho para resolver os problemas do Samu (Foto: Portal Infonet)

Para a presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe (Seese), Shirley Morales, a terceirização não é o caminho para resolver os problemas do Samu. “O Sindicato e a maioria dos trabalhadores do Samu se colocaram contrários à esse processo de terceirização porque acreditamos que ele não vai conseguir resolver os principais problemas do Samu”, resume Morales.

Ainda de acordo com a sindicalista, o processo de terceirização apresenta algumas contradições.“Já existe irregularidade quanto à legalidade desse processo, uma vez que o Estado já possui um contrato com a Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), para fazer exatamente o mesmo papel dessa futura empresa que vai ser responsável pelos serviços de terceirização”, salienta. “Como o Governo vai pagar pelo mesmo serviço a duas empresas?”, questiona.

Shirley destaca ainda que os grandes problemas do Samu são de ordem estrutural. “Há viaturas precárias e com um número de insuficiente para atender a todo o estado. Não há também um serviço de rádio, os profissionais usam o próprio celular. Então, se falta o sinal, a comunicação fica comprometida”, avalia.

O que diz o Governo de Sergipe

O Governo do Estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Comunicação, informou que todo o processo de terceirização ocorreu de maneira transparente. Ainda segundo o Estado, a Alese formulou um conjunto de perguntas sobre a temática e foi prontamente atendida com o envio de todas as respostas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). “Sempre estivemos abertos ao diálogo”, salientou a pasta de Comunicação.

por João Paulo Schneider 

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