Valdevan Noventa nega ter recebido dinheiro do Sindmotoristas/SP

O Deputado afirma não ter recebido dinheiro do Sindicato dos motoristas de São Paulo (Foto: Facebook/ValdevanNoventaOficial)

O deputado federal Valdevan Noventa (PL/SE) nega envolvimento na investigação realizada pela Polícia Civil de São Paulo sobre o pagamento de propina a dirigentes do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo, entidade que ele presidiu de 2013 a 2018, quando entregou o cargo para disputar a eleição à Câmara Federal por Sergipe. A Polícia  investiga o suposto desvio de recursos do sindicato para financiar a campanha eleitoral do deputado.

Em nota, a assessoria de imprensa do parlamentar esclarece que desde a condição de pré-candidato a deputado federal em 2018, o parlamentar licenciou-se do cargo de presidente do Sindmotoristas para poder concorrer às eleições, não havendo nenhuma ligação entre a entidade e sua carreira política.

“Ainda, sobre eventuais recebimentos de recursos advindos do Sindicato para sua campanha em 2018, a Assessoria de Imprensa destaca que tal informação é extremamente infundada. Reforçando que o parlamentar e seus advogados desconhecem qualquer ligação ou citação de seu nome nos autos do inquérito policial que tramita em São Paulo e que tal inquérito nada tem a ver com a ação ingressada pelo Ministério Público Eleitoral Sergipano”, diz a nota.

Entenda

A Polícia Civil de São Paulo aponta um suposto esquema de propina pago por empresas de ônibus ao Sindicato dos Motoristas de São Paulo para que eles não permitissem que os motoristas fizessem greves, e outra parte da propina vinha de empresas que pagavam para conseguir contratos com o sindicato.

Além do vultoso patrimônio de um dos dirigentes, apontado pela polícia como chefe da suposta organização criminosa dentro do Sindicato, foram apreendidos valores em dinheiro com alguns sindicalistas e uma relação de pagamento mensal de propina aos dirigentes que somam mais de R$ 1 milhão.

De acordo com a Polícia Civil, parte desse dinheiro de propina foi supostamente utilizado para financiar a campanha do deputado federal Valdevan Noventa. O que chamou atenção da Polícia Civil e da Procuradoria Eleitoral de Sergipe foi o fato do parlamentar morar há 30 anos em São Paulo, inclusive ser líder sindical lá, e vim disputar uma eleição em Sergipe, estado onde nasceu, e ser eleito com facilidade.

Prisão e Cassação

Em dezembro de 2018, a Polícia Federal desencadeou a Operação Extraneus e prendeu Valdevan Noventa. A operação tinha o intuito de apurar a inserção de declarações falsas em prestação de contas de campanha do deputado. As investigações indicaram que o deputado federal, utilizando-se de “laranjas”, simulou a realização de diversas doações em favor de sua campanha, nela aportando valores cuja origem é desconhecida para o custeio de suas despesas.

Há época o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com representação contra o deputado apontando suposta compra de voto durante a eleição de 2018 e suposto uso de dinheiro público na campanha. Com isso Valdevan teve a diplomação suspensa, mas conseguiu ser diplomado posteriormente ainda enquanto estava preso.

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a prisão de Valdevan em janeiro de 2019. Em maio, após ação do Ministério Público Eleitoral, através da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE), o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) cassou o mandato do deputado federal Valdevan Noventa  por supostas fraudes na prestação de contas da campanha.

Valdevan recorreu e continua em seu mandato até que o caso seja julgado em instâncias superiores.

Por Karla Pinheiro

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