Vereador diz que terceirizada usa insumos e médicos da PMA na UPA

Vereador conversa com servidores, representante da empresa terceirizada e pacientes (Fotos: Assessoria Parlamentar)

O vereador Marcos Soares, o Seu Marcos (PHS), presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Aracaju, revela que a empresa terceirizada para gerenciar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva, na Zona Norte, ainda utiliza insumos e profissionais da Prefeitura de Aracaju. Na manhã desta quarta-feira, 23, o parlamentar juntamente com outros vereadores estiveram na unidade e perceberam uma situação preocupante, segundo o presidente da Comissão de Saúde. “Até o momento, eles não compraram nada, estão usando insumos do almoxarifado central da prefeitura”, disse Seu Marcos.

Vereadores demonstram preocupam com possível desabastecimento

Segundo o parlamentar, a informação foi confirmada por um dos sócios da empresa, que se encontrava na unidade no momento em que os parlamentares vistoriavam a UPA. Havia, naquele momento, segundo Seu Marcos, seis especialistas, sendo quatro clínicos, um ortopedista e um cirurgião. Entre eles, conforme ressaltou o parlamentar, apenas dois médicos foram contratados pela empresa terceirizada. Os demais médicos e todos os enfermeiros e técnicos são da própria rede municipal, sejam efetivos ou aqueles contratados por meio do processo seletivo simplificado.

Além de identificar esta realidade, os vereadores também constataram falhas na prestação do atendimento aos pacientes que ali se encontravam. Segundo Seu Marcos, há um clima de insatisfação muito grande na unidade. Há pacientes internados na Sala de Estabilização, entubados, esperando por vagas na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), há morosidade na prestação do atendimento dos pacientes que aguardam na sala de espera e uma preocupação muito grande com o estoque de medicamentos, conforme observações do vereador. Como a empresa ainda não fez os pedidos dos insumos, há possibilidade de haver desabastecimento, na ótica do parlamentar. “Os pedidos não chegam assim da noite para o dia, é uma situação muito preocupante porque se tem um contrato de R$ 2 milhões e a empresa não fez nenhum pedido”, destaca o parlamentar. “Sabemos que a empresa tem 60 dias para fazer as adequações, mas é necessário muito cuidado para que os pacientes não sejam novamente prejudicados”, ressaltou.

A Comissão de Saúde deve se reunir para definir os novos encaminhamentos. O presidente garante que continuará vigilante, fiscalizando todas as atividades nas unidades de saúde mantidas pela Prefeitura de Aracaju, cobrando ações para que seja assegurado um atendimento de qualidade aos pacientes que buscam atendimento na rede pública.

Em nota, a Prefeitura de Aracaju informou que a empresa possui prazo de 60 dias para compor as escalas de forma integral com profissionais próprios e que até o final do processo de transição, alguns servidores da prefeitura poderão permanecer atuando no Nestor Piva. Na nota, a PMA diz que “todos os detalhes do contrato e do processo de transição já foram expostos aos órgãos de controle, a exemplo do TCE e do MPE, e que atua sempre em consonância com os princípios fundamentais da legalidade, da moralidade e da publicidade”.

por Cassia Santana

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