D. Maria Resende aos prantos, quando… (Fotos: Portal Infonet)

“Quanta humilhação meu Deus! Essa já é a quarta vez que eu venho aqui passar pela perícia e essa greve não acaba. Não entendo porque disseram que tinha acabado e só vão atender amanhã. Ainda bem que não votei, porque se tivesse votado, tava mais revoltada ainda. Tomo remédio tarja preta e preciso do benefício”, afirma aos prantos, d. Maria Resende Santos, na manhã desta segunda-feira, 28, na porta da agência INSS do bairro Siqueira Campos.

Sem parar de chorar por toda a entrevista, ela contou que mora no bairro Santa Maria e os filhos estão na Bahia. “Meu marido faz bico e meus filhos moram em Salvador. Só tem comigo um que é deficiente. Eu sofro com problemas na cabeça, tomo remédios controlados e estou contando com a ajuda de uma amiga que sai do Lamarão, pra ir me buscar no Santa Maria, pra chegar aqui quatro vezes e não conseguir resolver nada. Pior é que disseram que, quando eu voltar amanhã vou ter que reagendar a perícia pra receber o tal de Loas”, soluça.

… foi informada de que não seria atendida mais uma vez Ao lado da amiga, ela busca informações José Paulo também pensou que a greve tinha acabado Reclamação foi geral na porta da agência Siqueira Campos

O contribuinte José Paulo da Silva também ‘bateu com o portão na cara’. “Estou no auxílio doença há 9 meses, o meu benefício foi prorrogado, mas não estou recebendo. Como anunciaram que a greve do INSS tinha acabado, vim logo cedo pra tentar resolver, mas disseram que só vão atender amanhã”, lamenta.

Após dois meses e 19 dias com as atividades paralisadas, reivindicando reajuste salarial de 27,3%, melhores condições de trabalho, incorporação das gratificações, 30 horas de trabalho semanal e realização de concurso público, os servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social decidiram na última sexta-feira, 25, retornar às atividades a partir desta terça-feira, 28.

Por Aldaci de Souza