Dia Mundial do Autismo: SES orienta sobre sinais e tratamentos

Dificuldade de socializar com outras crianças pode ser um dos sinais de que a criança é autista (Foto: Flávia Pacheco)

A Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em dezembro de 2007, o Dia Mundial do Autismo, celebrado anualmente em 2 de abril. Com menção a essa data tão importante, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Coordenação de Atenção à Pessoa com Deficiência, vem lembrar que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece linhas de cuidado à pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que, de acordo com a Lei nº 12.764/2012, passou a ser considerado como deficiência e confere a estes indivíduos o direito ao acesso a várias políticas e benefícios sociais.

O TEA é uma deficiência cujo diagnóstico exato é demorado. Não é uma doença, é um transtorno com causas ainda desconhecidas e que provoca, principalmente, alterações comportamentais e dificuldade de socialização. “Houve um tempo em que o transtorno era associado à mãe, à vivência da mãe durante a gestação, o que trazia muito sofrimento para ela, que era apontada como a responsável. Mas o tempo foi passando e isso foi sendo desmistificado, ainda bem, e o momento agora é outro”, comentou a coordenadora de Atenção à Pessoa com Deficiência da SES, Alynne Oliveira.

Estudo realizado nos Estados Unidos, em 2017, constatou que, mundialmente, a cada 68 crianças uma apresenta o TEA e há algumas características que podem sinalizar se a criança está desenvolvendo esse transtorno, tais são: dificuldade de se relacionar, inclusive, com outras crianças da mesma idade; dificuldade em manter um contato visual; choro ou risadas inapropriadas; sensibilidade a alguns sons; brincar ou usar brinquedos de forma pouco convencional; atraso na fala; dificuldade de lidar com alterações na rotina; falta de consciência do perigo.

“A dificuldade em manter um contato visual pode ser percebido até nos primeiros meses de vida quando a mãe está amamentando e o bebê não mantém um contato visual com ela. Muitas vezes isso passa, mas é um alerta que vai ficar mais evidente a partir de 1 ano e 6 meses, 2 anos de idade. Durante os processos de capacitação com nossos profissionais da área de saúde a gente já sinaliza, já orienta, sobre essa possibilidade, para que conversem com as mães na Atenção Primária”, ressaltou Alynne.

Em um contexto mais grave do autismo, a pessoa pode apresentar deficiência intelectual e nos graus mais leves os indivíduos têm a cognição preservada, são muito inteligentes, mas no campo das relações se instalam as dificuldades. “Quando os sinais ainda são muito sutis, é possível confundir com outros transtornos de desenvolvimento como, por exemplo, a hiperatividade, o déficit de atenção. É preciso ter um conjunto de comportamentos para poder, realmente, esse diagnóstico acontecer. Quando não temos esse conjunto, essa percepção precisa ser muito bem mapeada”, disse a coordenadora.

Centros Especializados em Reabilitação

Em Sergipe, na capital, há três Centros Especializados de Reabilitação (CER) em funcionamento e disponíveis na rede SUS, o Centro Especializado em Reabilitação (CER II) localizado no bairro Siqueira Campos que é referência para todo o estado, o CER II APAE especializado em reabilitação tipo II, que trabalha a deficiência física e intelectual, referência para todas as regiões de Saúde, exceto a região de Aracaju, e o CER II/Ciras – Centro de Integração Raio de Sol, que fica no bairro Santa Maria e atende à região de saúde de Aracaju.

“O autismo entra como deficiência intelectual na política, apesar de boa parte dos autistas não terem essa deficiência. Pode acontecer, também, de as crianças apresentarem aspectos motores a serem trabalhados. Com a inabilidade da socialização, há crianças que não querem brincar de correr, por exemplo, e nas questões da consciência corporal é preciso trabalhar isso”, explicou Alynne.

A depender da avaliação que o profissional faça a criança receberá o tipo de estimulação com terapia ocupacional, fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, psicólogo. A gestão dos CER é do município, mas o Estado faz todo o monitoramento, acompanhamento, capacitação dos profissionais, processos de educação permanente, necessários para que os profissionais se atualizem já que é um contexto que muda muito com o avanço da Ciência e das próprias características do transtorno. “O Estado tem essa preocupação de trazer essa assistência em saúde. Além do indivíduo – criança, jovem ou adulto – que seja diagnosticado dentro do espectro, tem a família que também precisa receber orientações e ser acolhida”.

Como ter acesso aos serviços

Atualmente ainda não existe um sistema regulado para ter acesso aos CER, mas de acordo com a organização do fluxo, basta apresentar o encaminhamento médico, mesmo que seja uma hipótese diagnóstica, o cartão SUS e os principais documentos dos pais ou responsáveis e os da criança, adolescente ou adulto. Após o cadastro, o agendamento de avaliação é realizado.

“É feita uma avaliação global que acontece com, no mínimo, três profissionais do serviço de reabilitação, a partir de então é que se traça o encaminhamento desse paciente para dentro do serviço já com os direcionamentos. Há também um processo de observação, de como o paciente está evoluindo, se ainda precisa daqueles procedimentos, ou de outros, tudo de forma muito competente e com muita dedicação dos profissionais”, concluiu a coordenadora.

Fonte: SES

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