MPF acusa médico de desviar remédio do HUSE; acusado alega retaliação

Marcos Kroeger foi diretor clínico do Huse (foto Arquivo Infonet)

O Ministério Público Federal em Sergipe denunciou o médico Marcos Rogério Kroger Galo por ter desviado medicamentos do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) para seu consultório particular. De acordo com a denúncia do MPF, os crimes ocorreram entre 2017 e 2018 e o médico pode receber pena de até 20 anos de prisão e multa. A denúncia já foi aceita pela Justiça Federal.

Os 20 frascos de medicamentos anestésicos, no valor aproximado de R$ 3 mil, foram apreendidos pela Polícia Federal no consultório particular de Marcos Galo, que também atua como médico emergencista no Huse. Na investigação, ficou comprovado que os frascos apreendidos no consultório faziam parte de lotes adquiridos pelo Governo do Estado de Sergipe para o Huse e não poderiam estar em uso particular.

O MPF requereu à Justiça, além da condenação pelo crime de peculato, com o agravante de crime continuado, a fixação de indenização pelos danos causados ao estado de Sergipe e a perda do cargo público de médico, porque a infração foi cometida com violação ou abuso ao dever de honestidade com a Administração Pública.

A denúncia também foi encaminhada ao Governo do Estado de Sergipe para a instauração de processo administrativo disciplinar contra o médico.

O processo tramita na Justiça Federal com o número 0800718-32.2019.4.05.8500.

Retaliação

Ouvido pelo Portal Infonet, o médico Marcos Kroger garante que é inocente. Ele assume que havia em seu consultório particular algumas embalagens de anestésico que seriam realmente do HUSE. Mas alega que as embalagens estavam vazias porque ele mesmo tinha utilizado a medicação em pacientes internados no hospital público e que teria colocado algumas embalagens no bolso do jaleco que ele utilizava no momento de prestar atendimento aos pacientes. E, por esquecimento, acabou levando consigo as embalagens vazias e as descartou no consultório particular. “Inadvertidamente, trouxe no bolso do jaleco aquelas embalagens. Mas não vendo e não uso aquele tipo de medicamento no meu consultório particular. Estou chateado, mas vou provar minha inocência”, desabafa o médico.

Kroger exerceu cargo de diretor clínico do HUSE, eleito pelo corpo clínico do hospital, e estaria subordinado diretamente ao Conselho Regional de Medicina, sem qualquer vínculo com o Governo do Estado. Ele disse que era servidor contratado e, posteriormente, em dezembro de 1996, ingressou ao corpo efetivo, aprovado em concurso público realizado pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS). “Mas nunca exerci cargo no governo, nem nunca controlei medicamentos. Como iria desviar esse medicamento?”. Ele diz que foram poucas embalagens encontradas pela Polícia Federal no consultório particular e que à época estaria avaliada em apenas R$ 100.

Assim que tomou conhecimento do fato, a direção geral da Fundação Hospitalar de Saúde determinou a abertura de um processo administrativo e todas as informações e documentos necessários serão fornecidos para o trabalho da justiça federal.Com informações do MPF/SE

A matéria foi alterada às22h08 para acréscimo da informação da assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

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