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A situação do atendimento aos pacientes de oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) foi discutida na manhã dessa terça-feira, 10, numa audiência pública realizada na sede do Ministério Público Estadual (MPE). Ficou definido que o estado e a Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) terão um prazo de 10 dias úteis para realizarem as adequações exigidas pelo MP e que dizem respeito a uma lista com 24 denúncias encaminhadas por médicos que trabalham no Hospital.
Da audiência participaram representantes do Huse e dos médicos que fizeram as denúncias, que também foram encaminhadas de forma anônima para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Muitas reclamações não são pertinentes. Basta dizer que dos 38 médicos que assinaram a denúncia apenas dois estiveram presentes hoje no Ministério Público”, declarou Rute Andrade, Coordenadora do setor de Oncologia do Huse.
As denúncias versam sobre as condições gerais de atendimento aos pacientes de oncologia, são casos de filas de espera nas quais pacientes chegam a passar um ano aguardando cirurgia, aquisição de equipamentos e formação de protocolo para clínica oncológica. “Há mais de 100 pessoas na fila para cirurgia oncológica de cabeça e pescoço. São casos de tumores malignos, que pedem procedimentos com urgência, sem contar todas as outras especialidades que aguardam atendimento”, relata a promotora que participou da audiência, Euza Missano.
A audiência teve um clima tenso e em alguns momentos os participantes chegaram a elevar o tom do discurso. Os representantes dos médicos e da administração do hospital trocavam acusações de agirem em causa própria, considerando interesses políticos e coorporativos. “Quem esteve na audiência percebeu que as reclamações todas são motivadas pelo corte de ponto de alguns médicos que não frequentam os plantões”, acusa Rute Andrade. Nenhuns dos dois médicos que compareceram à reunião quiseram falar sobre os assuntos debatidos na audiência, alegando estarem atrasados para outros compromissos.
O Ministério Público acompanha o quadro de atendimentos do setor de oncologia do Huse e das 24 denúncias feitas pelos médicos, duas já foram ajuizadas sendo uma delas a que trata da falta de medicamento para os pacientes do setor. “O MP acompanha tudo o que diz respeito ao funcionamento daquele setor, inclusive questões relativas a freqüência nos plantões”, garante a promotora. Na audiência ficou definido um prazo de 10 dias úteis para que as denúncias sejam averiguadas e os problemas solucionados pelos responsáveis.
Por Caio Guimarães e Kátia Susanna
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