(Foto: Ascom Fundação Renascer) |
Com faixa, apitos, cartazes, panfletos e muita disposição, apesar da chuva fria que caia na manhã dessa sexta, as adolescentes da unidade de acolhimento Izabel Abreu, que integra a Fundação Renascer, saíram às ruas do bairro Ponto Novo para chamar a atenção da vizinhança para o 18 de Maio – Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Adolescentes essas que, em sua maioria já foram vítimas elas próprias de abuso e/ou exploração sexual, inclusive intrafamiliar, como informou a coordenadora da unidade, Andreza Cristina Cruz. “Nosso objetivo com esse ato era dentro da comunidade alertar as pessoas, através da panfletagem de porta em porta, do apitaço, da conscientização sobre essa questão, divulgar o Dia 18 de Maio e principalmente o disque denúncia 181, para que as pessoas saibam que podem denunciar”, informou. Além da entrega em mãos, panfletos foram deixados nas caixas de correio e cartazes foram fixados em estabelecimentos comerciais com a autorização do proprietários.
Antes de saírem, as acolhidas tiveram uma reunião com a equipe técnica do abrigo e conheceram a história da menina Araceli Cabrera Bispo, do Estado do Espírito Santo, que foi raptada, drogada, espancada, estuprada e encontrada morta com o rosto desfigurado com ácido, dias depois do seu sumiço. O dia 18 de maio de 1973 ficou marcado pelo desaparecimento da menina e é lembrado desde então para combater atos bárbaros como esse.
Depois da explanação, as meninas foram convidadas a participar e voluntariamente se colocaram à disposição. “Achei maravilhoso fazer a panfletagem, porque nós fomos para a rua para combater o abuso que a gente sabe que acontece, então foi massa poder sair e falar com as pessoas, colar os adesivos”, contou a jovem de 17 anos. “As pessoas precisam compreender o que significa esse dia e foi isso o que a gente quis dizer”, completou outra acolhida de 12 anos, que conheceu pessoalmente um caso de adolescente que passou pelo abrigo, foi vitimada sexualmente e morta após evasão da unidade.
Outro ponto positivo do ato externo, de acordo com a coordenadora Andreza Cristina, foi aproximar o abrigo e a Fundação Renascer da vizinhança, mostrando o que está por trás dos muros altos da unidade. “Aqui estão meninas que tem liberdade de ir e vir, ninguém tá preso. Para muita gente, que viu recentemente a unidade mudar para o bairro, havia essa curiosidade”, explicou. Além das adolescentes, toda a equipe técnica participou da caminhada. O ato teve o apoio da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), que forneceu os materiais gráficos de divulgação.
Fonte: Assessoria de Comunicação Fundação Renascer
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