Maternidade realiza mais de mil partos em adolescentes em 2018

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2018, registrou 5.491 nascimentos, sendo 1.003 partos em adolescentes (Foto: SES)

A adolescência, idade compreendida entre 10 e 20 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma época caracterizada por mudanças físicas, psicológicas e sociais. A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 2018, registrou 5.491 nascimentos, sendo 1.003 partos em adolescentes. Contabilizando uma média de 84 partos mês em 2018. Já no ano anterior, a MNSL registrou 5.761 partos, destes 1.105 em adolescentes.

“Engravidar nesse período é, na maioria dos casos, uma atitude não planejada, que pode gerar consequências emocionais, sociais e econômicas tanto para a mãe como para o filho”, explicou a psicóloga da Maternidade, Rosa Constanza. Ela disse que a unidade tem um papel primordial de acolher as adolescentes puérperas   orientando, preparando emocionalmente essas jovens e que a MNSL dá apoio psicológico para essas adolescentes continuarem a vida cuidando de seus filhos com responsabilidade e afeto”, observou Constanza.
Ela ressaltou que é importante não criar estigma sobre isso, principalmente nesse período em que o indivíduo não é mais criança, mas não chegou ainda à fase adulta. ”Na verdade, esse período de tantas transições onde a jovem está procurando encontrar uma identidade, suas características corporais geradas pelas mudanças hormonais não a deixaram examinar a realidade de forma lógica e racional”, atentou.
Nem menina nem mulher
Ela observou que nessa fase, a menina pode mudar de humor várias vezes ao dia, ter atitudes diferentes, ficar irritada com os pais e não aceitar as regras. A psicóloga ressaltou, ainda, que o apoio familiar nesse período é de extrema importância para atenuar todas essas situações. Constanza deixou claro que a gestação nesse período é considerada um agravo, já que no momento de tantas mudanças, ter um filho é algo como um desafio no qual a futura mãe não está preparada para enfrentar.  “Com todo esse cenário, o que vemos são as avós se transformando em mães dos netos”, ressaltou Constanza.
Camile Kailaine Santos Fagundes, de apenas 16 anos ficou surpresa com a primeira gestação. Sua gravidez não foi planejada, mas mesmo assim, Asley Kaique nasceu no dia 4 de janeiro de 2019, de parto normal, às 18h13 com 3kg. Camile foi para a ‘Lourdinha’ por conta da pressão alta e hoje está na ala azul tomando antibiótico e aguardado receber alta. “Agora voltar para casa será diferente, uma nova experiência. Apesar do susto, eu e o pai estamos felizes e  o bebê, mama muito”, relatou a jovem mãe.
Responsabilidade

 A parturiente Bruna Emile Santos Alves, 17 anos, é mãe de Breno Lucas que   nasceu de parto cesáreo no dia 29 de dezembro, com 3.848 Kg e 54 centímetros. “Foi um susto quando descobri que estava grávida, sou bailarina, jogo futebol e estava no ensino médio, último ano. No começo foi difícil, não queria meu filho. Apesar disso, minha mãe, me apoiou e toda família me ajudou”, disse a Bruna.

Ela enfatizou que isso foi muito importante. “Fiquei internada na MNSL, porque tenho asma, e já me tratava com uma obstetra de alto risco. Daqui a seis meses, depois que deixar de amamentar, eu volto para as atividades, o estudo, o balé e o futebol”, ressaltou. Meu bebê mama bem, tenho muito leite e faço também doação. Vou passar o resguardo na casa de minha mãe onde tenho suporte, apoio. “A responsabilidade e o amor estão juntos”, concluiu a jovem mãe.

Fonte: SES

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