Otorrinolaringologista alerta sobre casos de otite externa

Otorrinolaringologista, Antônio Roberto Setton faz o alerta (Foto: Flávia Pacheco)

No Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), somente em 2018, foram registrados 3.789 casos de usuários com dor de ouvido, otites, corpo estranho entre outros.  Com o aumento da temperatura proveniente do verão, nada melhor que um mergulho no mar ou piscina para se refrescar.No entanto, alguns cuidados com o ouvido devem ser tomados por aqueles que exageram com tantos mergulhos e banhos demorados, caso contrário, essa diversão poderá causar problemas de saúde como a otite externa. É o que explica o otorrinolaringologista do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Antônio Roberto Setton.

“Nesse período, que são meses quentes e onde a prática da natação é muito corriqueira, tanto adulto como criança estão sujeitos a essa condição clínica denominada otite externa aguda. Ela acontece devido a um processo inflamatório da pele do canal do ouvido e do conduto auditivo externo. Pode se apresentar na forma de furúnculo ou na forma de inflamação difusa do canal. Essa otite é conhecida como ouvido de nadador porque acontece muito por causa dessas práticas náuticas. A inflamação acontece quando a pessoa retira a proteção natural do ouvido que é a cera com a ajuda de um cotonete que é um hábito não salutar ou então a água retira”, explicou.

Cada pessoa tem um pouco de cera no ouvido e quando a água entra em contato com ela gera uma hidratação da cera que incha e dá uma sensação de ouvido cheio de água. Quando a pessoa tenta retirar com o auxílio de um cotonete, gera uma reação inflamatória da pele do canal auditivo que é habitado por germes comuns e que não fazem mal, mas, no momento em que a pessoa gera uma agressão a essa pele, alguns germes penetram na intimidade do tecido promovendo a otite externa aguda.

Não é difícil prevenir e o médico explica a melhor forma. “A forma de prevenir é evitar muito tempo de exposição dentro da piscina ou mar, na sensação do ouvido cheio de água, não tentar retirar essa água pois, na verdade, é a cera que está hidratada e bloqueando o canal da audição, procurar fazer uma consulta com o otorrinolaringologista para que ele possa fazer a retirada da cera ou resíduo acumulado dentro do conduto auditivo e às vezes, quando já existe um processo inflamatório é necessário que seja recomendado pingar algumas gotinhas dentro do ouvido com antibiótico e antinflamatório ou mesmo um curativo com um chumaço de algodão com cremes elaborados a base de antibióticos”,recomendou o otorrinolaringologista.

“No Huse chegam muitos casos em adultos e crianças. No adulto é mais frequente porque eles tentam limpar o ouvido com o cotonete, tampa de caneta, chave, palito de fósforo, entre outros objetos e como consequência disso a gente tem essas reações inflamatórias”, contou.

” Nas crianças é menos frequente e o que predomina é a otite média aguda que é um tipo de infecção localizada por trás da membrana do tímpano que tem como base a presença de infecções do trato respiratório como gripes, resfriados, sinusites, adenoidites que promovem o bloqueio do canal de ventilação do ouvido médio e elas acabam apresentando essas otites. A gente limpa o ouvido e coloca um curativo e quando está muito fechado ou a gente prescreve uns antibióticos no formato de gotas, comprimidos ou injetável porque o inchaço é tao grande que não conseguem colocar o curativo”, concluiu o médico.

Fonte: ascom SES

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