Com apenas 15 anos, Gabriel Vieira é um dos 63 jovens selecionados para disputar uma vaga na equipe brasileira da maior competição de educação profissional do mundo, a WorldSkills. Apesar da pouca idade, o jovem já carrega uma grande responsabilidade. Ele será o primeiro representante brasileiro a competir na modalidade arte 3D digital para games, inédita no mundial. A 45ª edição da disputa ocorrerá de 22 a 27 de agosto, no Centro Internacional de Exposições KAZAN EXPO em Kazan, na Rússia.
Em Brasília para a última fase de treinamentos, o jovem garante que vai se esforçar para trazer o título para o Brasil. “Agora vai ser manhã, tarde e noite, todos os horários praticando e aprimorando o que a gente já fez na nacional pra fazer ainda melhor para o mundial”, afirma.
Gabriel deve permanecer na capital federal até a competição, junto com aproximadamente 50 jovens. Representantes de algumas modalidades irão se preparar também nos centros de treinamento do SENAI localizados em Belém, Porto Alegre, Belo Horizonte e Joinville, em Santa Catarina.
Educação Profissional
Gabriel é um exemplo de como a educação profissional impacta positivamente a vida de diversos jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano.
De acordo com levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho e também uma opção para quem está desempregado e busca recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil.
Segundo o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.
A competição
A WorldSkills é realizada a cada dois anos e reúne os melhores alunos de países das Américas, Europa, Ásia e África e Pacífico Sul para disputarem medalhas em modalidades que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de serviço. Há mais de 65 anos, a competição reúne jovens qualificados de todo o mundo, selecionados em olimpíadas de educação profissional de seus países, realizadas em etapas regionais e nacionais.
Cada jovem competidor recebe um projeto e tem uma determinada quantidade de horas para desenvolver o desafio, da melhor forma possível. É colocada em cheque a habilidade técnica dos participantes, cada um dentro da sua modalidade. Geralmente, o projeto de construção desafiador é inspirado em algum ponto turístico do país/cidade sede da WorldSkills, com três módulos. São 56 modalidades técnicas que exigem adequação aos padrões mundiais.
Segundo o gestor do projeto Brasil Kazan 2019, José Luiz Gonçalves Leitão os jovens devem ter conhecimentos sobre desenvolvimento e desenho técnicos, metodologia, medidas, interpretação de desenho, acabamento de produto e também sobre processos. “É um jogo de tempo. Cada uma das habilidades é trabalhada exaustivamente dentro dos padrões e eles são submetidos a vários testes, exercícios, durante esse período”, ressalta.
A cada edição da WorldSkills, o Brasil participa com um número maior de competidores e melhora sua classificação no quadro de medalhas. Em 18 participações, o país já acumulou 136 medalhas. A melhor participação brasileira na história do campeonato foi em São Paulo, em 2015.
Fonte: Agência do Rádio Mais
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