Era uma vez, num Estado do Nordeste brasileiro, um ex-governador que gostaria também de ser um herói das histórias de gibis que ele tanto lia infância. A greve dos policiais militares do Estado do Ceará pareceu-lhe a oportunidade de ouro para mostrar suas habilidades de herói nacional. O Prefeito de sua cidade, Sobral, que era também seu irmão, Ivo Ferreira Gomes, cedeu-lhe uma retro-escavadeira e, sentindo-se mais poderoso que nunca, ele avançou sobre um dos três pontos onde os grevistas se concentravam e deu-lhes cinco minutos para se entregar.”Cinco minutos, nem um segundo a mais”, ameaçou ele. Passado o prazo, ele avançou com a imponente máquina sobre o portão de ferro no local onde os grevistas se amontoavam. Não pode ir muito longe:ouviram-se alguns tiros, sendo que dois deles o atingiram e um terceiro passou-lhe de raspão. O herói” foi vencido por um simples militar que sabia usar uma arma como poucos. Levado as pessoas para um hospital nas proximidades, teria sido operado e dois ou três dias depois, esse ex-governador recebeu alta com a recomendação de não sair de casa. Para não fazer mais besteiras, certamente. Assim que pode, Alacid Ferreira Gomes deu entrevista agradecendo à equipe médica e condenando a greve dos militares. O seu irmão, Cangaceiro Ferreira Gomes- cujo sonho principal não era nem ser Governador do Estado, coisa que o foi, mas Presidente da República, cargo para o qual candidatou-se várias vezes nunca logrando êxito – dois dias depois do feito injustificável, deu entrevista e, verborragicamente, como sempre o fez, culpou o Presidente da República, Jair Bolsonaro, não só pela greve dos militares cearenses, como pelos tiros que o irmão carregou para a casa. “Bolsonaro é o culpado de toda esta tragédia”. Seria cômico se fosse verdade. Daí em diante, os cearenses passaram a vasculhar a vida de Cangaciro Gomes e descobriu-se que ele é um “parasita” do Estado. Isto é, vive de rendas milionárias proporcionada por uma indústria, a Grandene, cujo acionista principal mora 4 mil quilômetros de distância e muito raramente vai a Fortaleza, Capital do Ceará, mas todo mês paga uma enormidade de imposto, que lhe é devolvido à metade por conta de um dispositivo tornado letra de lei que lhe devolve mais da metade do imposto pago… Descobriu-se que há outras empresas beneficiadas com o mesmo benefício mas que, no fundo, beneficia mesmo é o próprio Cangaciro e o seu irmão, Alacid Gomes. Começaram a vir a tona, pelas redes sociais, a enormidade de falcatruas deste “vestal da honestidade” sem que se tomassem providências contra o fato.
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Nas próprias redes sociais, levantou-se a suspeita que os tiros disparados contra Alacid Gomes eram balas de borracha, por isso que ele recebeu alta pouco mais de duas horas depois que deu entrada no Hospital. Os “ferimentos” que Alacid Gomes recebeu não representavam perigo nenhum. Era apenas um meio de se apresentar como vítima. Caiu a farsa, logo, logo…
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Em outro Estado, distante do Ceará mais de mil quilômetros, o mais novo aliado dos Ferreira Gomes, cuja ficha partidária será assinada por volta do dia dez de março próximo, o Prefeito de Aracaju, Sr. Edvaldo Nogueira estaria reavaliando se vale a pena se filiar ao PDT diante da queda do pedestal dos Ferreira Gomes. Nogueira foi filiado ao PCdoB, por mais de 30 anos, mas preferiu deixar seu antigo partido, trocando-o pelo PDT dos Ferreira Gomes. Anunciou tal adesão numa viagem que fez à Fortaleza. Mas, a assinatura da ficha do partido seria realizada depois, em festa na cidade de Aracaju. Vai ter mesmo essa festa? É que a coisa ficou tão feia para os Ferreiras Gomes que anunciar uma adesão a eles, neste momento, é um gesto suicida…
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Desde que começou o motim dos policiais, 170 pessoas foram assassinadas no Estado do Ceará. As tropas ideais, enviadas pelo governo Federal às terras cearenses, patrulham as ruas das principais cidades do Estado, mas tem sido impotentes para combater a onda de violência poro lá…