QUAL PESA MAIS: MEIO PSDB OU MEIO PMDB?

O que pesa mais: meio-quilo de algodão ou meio-quilo de chumbo? A resposta pode variar dependendo de quem seja o seu interlocutor. Se for uma criança, provavelmente, a resposta será meio-quilo de chumbo por achar que o chumbo pesa mais que o algodão. Mas todos sabemos, é claro, que não é bem assim. Meio-quilo de qualquer coisa será sempre meio-quilo, independente do material a ser pesado.

 

Na política, no entanto, o sistema utilizado para mensurar pesos e medidas foge completamente a essa regra. E para comprovar o que digo, na semana passada, tivemos um exemplo bem claro, aqui mesmo em Sergipe. Na reta final para definição de alianças, os candidatos ao governo, João Alves Filho (PFL) e Marcelo Déda (PT), fizeram de tudo para atrair dois pesos pesados da nossa política para suas coligações: o PSDB, do ex-governador Albano Franco, e o PMDB, dos deputados Jorge Alberto e Marcos Franco. Resultado: João acabou ficando com o PSDB e Déda conquistou o PMDB. Mas nenhum dos dois levou tudo. Tanto o PSDB quanto o PMDB migraram divididos. Tem gente que vota em João no PMDB, assim como tem gente que vota em Déda no PSDB.

 

Mas e agora, como fica? Quem levou vantagem com as suas respectivas metades? Nas análises feitas com equilíbrio, percebe-se que o governador João Alves teve mais sorte na balança. Mesmo fragilizado e dividido, o PSDB ainda agrega mais à sua candidatura do que o também fragilizado e dividido PMDB à de Marcelo Déda (apesar do ganho substancial de 11 minutos no tempo de televisão).

 

Há quem advogue, no entanto, ser esta uma avaliação errônea por tratar-se de um cálculo eleitoral que envolve o ex-governador Albano Franco, afeito a traições ao longo de campanhas. Tem gente que acha que Albano é como o escorpião da fábula, que mata o elefante no meio do rio para não fugir ao instinto, e não resistirá até o fim sem trair João.

 

Sou obrigado a discordar. Nesse caso, especificamente, o “escorpião” vai ter que atravessar o rio até a outra margem, pois perdeu o ferrão há algum tempo.

 

Até porque, desta vez, uma derrota de João será, sim, uma derrota de Albano.

 


 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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