Gato é vítima de maus-tratos durante festa tradicional em Cumbe

Um gato foi vítima de maus-tratos neste sábado, 13, durante uma festa no município sergipano de Cumbe, conhecida como “Quebra Pote”. O assunto veio à tona neste domingo, 14, em virtude da repercussão de vídeos publicados nas redes sociais. A Polícia Civil confirmou que irá investigar o caso.

Nas imagens, é possível visualizar um pote, pendurado em uma corda, e o momento em que um homem com olhos vendados bate com um pedaço de madeira no objeto. O pote quebra e de dentro dele cai o animal. Logo depois, é possível ver o felino correndo pela rua e um grupo de pessoas tentando capturá-lo.

O “Quebra Pote” fez parte da programação do fim de semana, quando a Prefeitura Municipal de Cumbe, promoveu a tradicional Festa da Queima da Fogueira, que inclui apresentações artísticas, de quadrilhas, queima do barco de fogo e a corrida de saco.

Investigações

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE) disse que a Polícia Civil começou as investigações e que as imagens mostram clara situação de maus tratos contra animais, crime previsto em legislação.

Segundo a SSP, o delegado Regional de Nossa Senhora das Dores, Wanderson Bastos, começou o processo investigativo e na manhã desta segunda-feira, 15, ouvirá na cidade de Cumbe quatro pessoas que já foram intimadas.

A SSP destacou que a Delegacia Especializada de Proteção Animal e Meio Ambiente (Depama) dá suporte ao início das investigações e que qualquer informação complementar pode ser repassada pelo Disque Denúncia 181 ou ser relatada em boletim de ocorrência.

Prefeitura de Cumbe

A Prefeitura de Cumbe, por meio de nota, disse que a quebra de pote é realizada por uma família há mais de 30 anos e que o Departamento de Cultura divulga em suas redes sociais as festas promovidas pela Administração Pública e também pelos populares, que se utilizam do exercício do seu direito de liberdade.

Sobre as imagens que circulam nas redes sociais, a Prefeitura disse que não tomou conhecimento do envolvimento do animal doméstico e que o momento agora é de focar nas medidas que podem ser adotadas. “Embora todos anseiem pela responsabilização de pessoas envolvidas, incluindo menores de idade, não podemos tentar reprimir uma possível ilegalidade, cometer ilegalidade ainda maior, que seria apontar culpados sem antes passaremos pelo processo devido legal”. A gestão disse ainda que a competência de investigar é do órgão competente. “O que podemos fazer é nos colocarmos à disposição para quaisquer esclarecimentos”.

OAB/SE

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe também se pronunciou sobre o caso. “A OAB/SE vem a público manifestar repúdio em relação ao evento ocorrido no Município de Cumbe/SE, onde foram constatados graves indícios de maus-tratos a animais e corrupção de menores”. A Ordem disse que tomará todas as providências cabíveis para garantir a apuração dos fatos e a responsabilização dos envolvidos.

Por Verlane Estácio

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