Pai e criança: depressão (Foto: Facebook) |
A delegada Tereza Simony, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Secretaria de Estado da Segurança Pública, tem prazo de dez dias para concluir o flagrante contra Fábio Vieira Santos, 35, acusado de induzir a morte da própria filha, um bebê de um ano e cinco meses de idade.
Há suspeita que Fábio tenha dissolvido a medicação com água e oferecido à criança e depois teria ingerido a mesma mistura. A própria família do acusado reconhece o crime, mas revela que o pai estava em de pressão em decorrência da crise matrimonial. “Não foi assassinato”, defende o motorista Flávio Vieira, irmão do acusado. “Não foi porque ele quis. Ele estava muito depressivo por causa da separação. Foi traição de todos os lados”, comentou, em conversa com o Portal Infonet.
Entre os vizinhos de Fábio Vieira, há um clima de comoção e surpresa. “Ele é um homem bom, prestativo, que adorava a filha”, revelou um vizinho, que prefere não ser identificado, temendo envolvimento com a história. “Ninguém sabe o que de fato aconteceu porque eles estavam trancados”, conta uma outra vizinha. Com a crise matrimonial, Fábio se tornou evangélico e usufruía da guarda compartilhada da filha, passando os fins de semana com ela.
No sábado, 31, Fábio chegou com a criança na residência onde convivia com a mãe e os irmãos. No domingo, 1º, ele devolveria a filha à mãe. À noite, a mãe foi buscar e se surpreendeu com a cena no quarto: a criança já estava morta e ele desmaiada, supostamente sob efeitos de tranquilizante. No quarto, também foram encontradas algumas cartelas de medicamentos, que estão sendo analisadas pela perícia técnica.
Casa onde bebê morreu (Foto: Portal Infonet) |
Os irmãos estavam em casa, mas não sabem informar o que efetivamente aconteceu. Ele se trancou com a criança, ligou o ar condicionado e disse que iriam dormir. Quando chegou à casa no conjunto João Alves, a mãe recebeu a informação que o pai estava dormindo com a criança. “Ela bateu na porta, mas ninguém respondia. Então, forçaram e conseguiram abrir, mas não teve mais jeito”, narra uma moradora da rua 15.
A delegada Tereza Simony informou que a Delegacia Plantonista lavrou o flagrante, mas o pai da criança não foi ouvido por estar ainda internado. O paciente foi encaminhado para o Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro e, na madrugada desta segunda-feira, 2, foi transferido para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). O estado de saúde é considerado estável, segundo informações da assessoria de imprensa e poderá ter alta médica nas próximas 24 horas.
A causa da morte ainda não foi identificada. A delegada Tereza Simony aguarda informações dos exames que estão sendo realizados no Instituto Médico Legal (IML). “Só com o laudo do IML é que poderemos identificar a causa da morte”, observou a delegada.
Por Cássia Santana
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