Sergipe terá programa de Assistência Técnica e Extensão

Reunião com representantes de Nossa Senhora da Glória (Foto: Divulgação Senar/SE)

O sertão nordestino é uma das mais pobres regiões do país, com os mais baixos índices de desenvolvimento humano. As longas estiagens, as altas temperaturas e a escassez de água castigam a terra e o homem sertanejo. Mesmo com toda dificuldade encontrada neste meio, 22,5 milhões de pessoas vivem no semiárido. A fim de mudar esta realidade, em 2015 o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) de Sergipe inicia um novo projeto voltado para pequenos e médios produtores, o ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural.

O programa tem o objetivo de promover a sustentabilidade dos empreendimentos rurais no semiárido através do fomento à inovação, ao empreendedorismo, a difusão das tecnologias sociais, além de realizar assistência técnica continuada e implantar Unidades de Difusão de Tecnologias (palma e captação de água).

Em Sergipe, o ATER terá duração de 48 meses e atenderá a 1.876 produtores rurais, em até 27 municípios da região do semiárido. O volume de recursos é da ordem de R$ 9 milhões. O programa tem parceria com o SEBRAE e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que já fez a seleção dos 13 primeiros municípios que serão beneficiados (Arauá, Canindé de São Francisco, Canhoba, Propriá, Aquidabã, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora da Glória, Monte Alegre, Porto da Folha, Poço Redondo, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida e Gararu).

Funcionamento

O programa consiste em assistir pequenos e médios produtores, pelo prazo de 24 meses, com visitas mensais de 04 horas, além de capacitações sobre a atividade pecuária e gestão e empreendedorismo. Estes produtores serão indicados por associações ou pelas prefeituras ou mesmo por adesão própria e após aplicação e questionário serão escolhidos com base em critérios técnicos. O programa tem oito pontos convergentes ou linhas de ação: difusão de tecnologia, qualificação profissional com assistência técnica, reserva estratégica de água, reserva estratégica de alimentação animal, empreendedorismo e renda a partir de novas potencialidades econômicas do semiárido, incentivo e apoio ao associativismo e cooperativismo, apoio a captação de recursos e promoção social.

De acordo com o superintendente do SENAR Sergipe, Denio Leite, as reuniões com os gestores municipais já iniciaram, bem como a capacitação dos supervisores, que são profissionais de ciências agrárias – agrônomos, veterinários, zootecnistas – que terão 96 horas/aula de treinamento em Goiás.

“Os supervisores serão multiplicadores de conhecimento e treinarão os 61 técnicos que vamos contratar. Estes técnicos estarão no dia a dia com o homem do campo, pois visitarão mensalmente os produtores”, explicou Denio. Os técnicos também farão o diagnostico do terreno de cada produtor rural, pois muitos deles sabem o que fazer, só precisam de orientação para aumentar sua produção. Eles também abordarão temas como manejo sanitário, gestão, administração, entre outros.

“Ao final do acompanhamento esperamos que o produtor tenha aumentado sua renda em 10% e 15% da sua produção e que desenvolva dentro da sua propriedade pelo menos uma tecnologia de convivência com o semiárido, a exemplo da reserva estratégica seja de alimento ou água”. Durante os dois anos os produtores também irão para a sala de aula, o MAPA oferecerá 90 horas de capacitação e o programa Sertão Empreendedor com o SEBRAE 192 horas/aula por ano.

Segundo o presidente do Sistema FAESE/SENAR, Eduardo Sobral, "a chegada da chuva não pode servir de pretexto para esquecermos da seca. Não podemos ter um Brasil líder na produção de alimentos e um outro Brasil que sofre o mesmo problema de séculos passados. A pesquisa e a ciência que transformaram a produção precisam ser usadas para mudar este País esquecido na saga eterna de seca e sofrimento. Por isso, esse programa visa, acima de tudo, buscar tecnologia hoje já existente e difundi-la. O sistema FAESE/SENAR abraça esta missão com muita determinação.  Precisamos aprender cada vez mais a conviver com o semiárido, nos adaptar a mãe natureza. É possível sim, ter renda no semiárido”, destacou.

Fonte: Ascom Senar/SE

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