Parcelamento: comércio já sente impacto do 13º salário

Wladimir: preocupação com parcelamento de gratificação nataliana (Foto: Alfredo Moreira/Ascom/Acese)

O empresariado está preocupado com os efeitos decorrentes da falta de pagamento da remuneração natalina dos servidores públicos da administração estadual. A Associação Comercial de Sergipe (Acese) está fazendo levantamento dos impactos, mas já admite redução na contratação temporária prevista para este mês de dezembro e queda nas vendas num patamar ainda desconhecido, conforme avalia o presidente da entidade patronal, Wladimir Torres.

De acordo com informações da Secretaria de Estado da Fazenda, a folha correspondente ao 13º salário do funcionalismo público está avaliada em R$ 170 milhões. Para o presidente da Acese, pelo menos R$ 100 milhões deixarão de circular no comércio neste natal em decorrência da falta de pagamento da gratificação natalina dos servidores público. “É um fato novo e nós não temos como mensurar definitivamente o impacto, mas com certeza vai repercutir no consumo”, considera Wladimir Torres. “É mais um ponto negativo e trará grande desequilíbrio no comércio”, considerou.

Segundo Vladimir, os economistas da Associação Comercial já estão debruçados estudando o novo cenário para entender os reflexos do parcelamento do pagamento do décimo terceiro salário do funcionalismo público da rede estadual. “O empresariado está acompanhando tudo isso com muita preocupação e aquelas contratações temporárias que estavam previstas para acontecer em dezembro já não vão mais acontecer”, enalteceu.

Segundo revelou, o comércio reduziu em torno de 50% as contratações temporárias neste final de ano, se comprado com os mesmos números observados no ano passado. Além da falta de pagamento da gratificação natalina, a redução dos postos temporários é decorrente também da instabilidade econômica e política que o país está atravessando, na ótica do empresário.

“A instabilidade política e econômica influenciam nos negócios, mas os empresários estão redimensionando os projetos e tomando iniciativas com promoções e perspicácia para ver se pelo menos atingiremos o mesmo volume de venda conquistados no ano passado”, ressaltou.

Compensação

O governo não vê grandes impactos para o comércio, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Fazenda. Para o governo, os impactos serão mínimos diante da alternativa defendida em projeto de lei que cria um abono correspondente a 12,42% sobre o valor líquido da parcela da gratificação natalina como forma de compensar o parcelamento, em até seis prestações, do 13º salário que deveria ser pago integralmente até o próximo dia 20.

Mas os servidores estão reagindo negativamente à alternativa compensatória criada pelo governo. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de Sergipe (Sintrase), Diego Araújo, informou que o sindicato orienta para os servidores não buscarem a antecipação por meio de empréstimos bancários. Ele alerta que o sindicato está aguardando a tramitação do projeto de lei na Assembleia Legislativa e, sendo aprovado, o sindicato ingressará com ação judicial para arguir a inconstitucionalidade da futura lei e lutar para o governo quitar todo o benefício ainda neste mês.

Por Cássia Santana

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