8 DE OUTUBRO: PREVENÇÃO À AIDS NAS EMPRESAS

A epidemia do HIV/AIDS, devido a sua extensão e impacto socioeconômico, constitui um dos maiores desafios em todos os níveis da sociedade – nacional, comunitário, ambiente de trabalho, familiar e individual.

O Dia  8  de Outubro – Dia Nacional de Prevenção à AIDS no Local de Trabalho é um dia de alerta para os empresários, colaboradores e a sociedade, no sentido de estimular a união de esforços públicos e privados para promover e fortalecer a resposta à epidemia do HIV/AIDS no ambiente de trabalho.

Milhões de brasileiros são economicamente ativos, isto é, atuam ou procuram ocupação no mercado de trabalho. Nem todos trabalham em organizações que desenvolvem programas permanentes de Prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis.
A transmissão do vírus da AIDS está vinculada às relações interpessoais, ao contexto social e cultura sexual dos grupos sociais. Uma pessoa tem maior ou menor probabilidade de se expor à infecção conforme suas condições de vida, tal como situação trabalhista, nível de organização de sua categoria profissional ou da capacidade de resposta à epidemia de AIDS por parte da empresa à qual está vinculada.

Estudos internacionais estimam que cada dólar investido em prevenção poupa 36 dólares em gastos com assistência e reparações. A prevenção é um dever, mas também evita perdas com a desestruturação da produção e promove a marca de responsabilidade social da empresa.

A responsabilidade empresarial demonstra que, para uma empresa manter-se competitiva, o investimento em seus trabalhadores é determinante. A empresa passa a entender que agravos à saúde, como a epidemia pelo HIV/AIDS podem afetar a sua mão-de-obra e, portanto, seu perfil competitivo.

O tema AIDS passou a ser obrigatório na CIPA (Comissão Interna de Prevenção) e nas SIPAT. Os motivos foram: Muitas empresas perderam colaboradores devido à AIDS, evidenciando que a prevenção ao HIV é melhor relação custo/benefício do que remediar; Muitas empresas não sabem o que fazer quando descobrem que um colaborador tem HIV/AIDS; Muitos colaboradores (homens e mulheres) não estão usando camisinha e estão adquirindo as Infecções Sexualmente Transmissíveis nas relações sexuais.

A Prevenção no próprio local de trabalho é de grande importância

O vírus da AIDS pode infectar qualquer um, independente do sexo, da raça, da religião, da profissão ou da orientação sexual. Tendo em vista as suas formas de transmissão, associadas ao comportamento sexual e ao uso de drogas, a AIDS acabou por ser alvo de estigma e discriminação, ou seja, algo que não devia ser mencionado e, portanto, negado no local de trabalho. Muito rapidamente, a AIDS passou a atingir as empresas, que não estavam preparadas para enfrentá-la. Atualmente, verifica-se que algumas empresas desenvolvem programas de prevenção e assistência. No entanto, parte do empresariado ainda demonstra forte resistência para reconhecer e enfrentar o problema no local de trabalho.
Várias ações podem ser desenvolvidas no local de trabalho. A mais comum é levar o tema para a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho. É importante mostrar que existem novidades na prevenção.  O recente descobrimento de novos métodos de prevenção (a exemplo da PEP – Profilaxia Pós-Exposição Sexual) com eficácia comprovada traz uma série de novas possibilidades para o campo da prevenção. Tais métodos se somam ao uso do preservativo, que, sem dúvida, ainda é o método de barreira mais eficaz para a prevenção do HIV, mas que, por uma série de razões, já não pode seguir instituído como a única ferramenta para se prevenir da infecção pelo HIV durante as relações sexuais.
É importante criar, em um local estratégico da empresa, o denominado “Cantinho da Prevenção”, para disponibilização de camisinha e materiais informativos. Pode ser no setor pessoal ou de recursos humanos, na entrada da empresa, no setor de saúde, no restaurante, no local do ponto. É o passo inicial para a prevenção. Incentivar ou até viabilizar a testagem rápida do HIV nas empresas ajuda a reduzir o diagnóstico tardio, que é um dos maiores desafios ao enfrentamento à epidemia do HIV no Brasil.

A Organização Mundial da Saúde e a Organização Internacional do Trabalho recomendam que se elabore e se operacionalize programas de prevenção à AIDS nos locais de trabalho, com o objetivo de promover uma ação sistemática e eficaz frente ao HIV/AIDS, prevenindo e gerenciando o seu impacto no local de trabalho, criando um ambiente laboral sem discriminação à pessoa que vive com o HIV/AIDS, como forma de contribuir no enfrentamento desse grave problema social, que é a epidemia de AIDS.
As ações de um Programa de Prevenção em uma empresa devem conter os seguintes tópicos: I. Preparar a empresa para a possibilidade de ter alguém vivendo com HIV/AIDS dentro de seus quadros, evitando restrições e confrontações discriminatórias; II. Informar, de forma clara e direta, todos os funcionários e seus dependentes sobre AIDS, conscientizando-os da necessidade de suas participações nos programas da instituição; III. Desmitificar a AIDS, diminuindo medos e ansiedades e incentivando comportamentos e atitudes de compreensão, respeito e solidariedade em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS; IV. Orientar e encaminhar os funcionários que vivem com HIV/AIDS para a rede de assistência, tanto médica, como também psicossocial, e informá-los sobre seus direitos; V. Garantir o sigilo e a confidencialidade sobre o status sorológico das pessoas com HIV/AIDS.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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