A FALTA D’ÁGUA

Nos primeiros meses deste ano vimos acontecer no país cenas que, há alguns atrás, jamais imaginávamos possível de ocorrer. Dezenas de municípios do Rio Grande do Sul (quem diria?) decretaram estado de calamidade pública em decorrência da falta de água. Hoje, o Governo daquele Estado planeja construir reservatórios nos rios gaúchos para evitar que o problema se repita.

Em Aracaju, pela primeira vez, desde que aqui cheguei em 1992, convivi em com racionamento de água. De acordo com a Declaração Universal dos Direitos editada pela ONU (Organização das Nações Unidas): “…A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada…”.

Entretanto, a realidade é outra. Há anos, os recursos hídricos vêm sofrendo, no mundo todo, os efeitos da super exploração, degradação das bacias, poluição, desmatamento e desperdício.

No Brasil, a maior consumidora de água potável é a agricultura. Além do desperdício na irrigação e dos fertilizantes e agrotóxicos usados nas lavouras, o desmatamento e as queimadas utilizadas para o plantio de novas safras também provocam a escassez da água, comprometendo as nascentes e os rios.


Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa de Opinião Pública e Estatística (Ibope) provou que as pessoas não têm consciência deste fato. Os consumidores acreditam que o grande vilão do consumo de água e da poluição é a indústria seguida pelo consumo doméstico.

 

No mundo, a escassez da água é tão grande que a ONU definiu o período 2005 -2015 – como o Decênio Internacional para a ação “Água – Fonte de Vida”. No Brasil, foi instituído a Década Brasileira da Água, que reconhece a água como estratégica no cenário internacional e pretende promover a implementação de políticas voltadas ao gerenciamento e uso sustentável desse recurso natural.

 

Tais propostas visam conscientizar a cada um de nós de que a crise nos recursos hídricos já existe. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada semana, pela falta de água, doenças diarréicas facilmente evitáveis matam 30 mil pessoas, a maioria das quais, crianças.


O que cada um de nós poderá fazer para reverter este quadro?

 

Poderemos ajudar a diminuir o impacto da ação do homem sobre os recursos hídricos, economizado água em nossas casas, como fechando a torneira ao escovar os dentes e lavar louça, usar um balde, ao invés de mangueira, para lavar o carro, aproveitar a água da lavadora de roupa para limpar a calçada. Mas mais do isso, cobrar dos governos uma política mais ágil para evitar o desperdício e a destruição das nascentes dos rios.

 

Edmir Pelli é aposentado da Eletrosul e articulista desde 2000
edmir@infonet.com.br

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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