Tudo depende do casal e dos profissionais e serviços de saúde

O HIV, Vírus da Imunodeficiência Humana, ataca o sistema imunológico da pessoa, deixando-a fragilizada. Quando não tratada adequadamente, pode evoluir para o quadro de AIDS.

A principal forma de transmissão é através das relações sexuais sem preservativo, com alguém que tem o HIV e não está em tratamento ou está em tratamento, mas ainda se encontra detectável nos exames de sangue. Existem ainda outras formas de transmissão do HIV, através do compartilhamento de seringas e agulhas infectadas e da mãe que vive com o HIV para o bebê, durante a gravidez, parto e aleitamento. Essa outra forma de transmissão recebe o nome de Transmissão Vertical. Se nenhuma medida preventiva for tomada, o risco de o bebê nascer com o HIV é em torno de 30%.

Quando a mulher engravida e vive com o HIV, só transmitirá o vírus para o bebê, caso não sejam tomadas importantes medidas de prevenção da transmissão vertical. Essas medidas dependem da própria gestante, de atitudes do parceiro sexual e dos profissionais e serviços de saúde envolvidos na assistência e prevenção.

Tudo começa na prevenção da transmissão sexual do HIV. Hoje existem várias formas de prevenção da transmissão, além do preservativo. Existe a PEP – Profilaxia Pós Exposição, para situações de violência sexual, ou quando houve falha no uso do preservativo (camisinha rompeu ou não foi utilizada corretamente ou por opção, não foi utilizada ). Existe ainda a PrEP – Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, para pessoas que se expõem com frequência ao risco de adquirir a infecção pelo HIV, por não usar o preservativo no pênis ou na vagina, nas “diversas” relações sexuais. Até quando um dos membros do casal vive com HIV e o outro não tem o vírus (casal sorodiferente), pode haver a prevenção através da PrEP. O casal poderá ter filho saudável.

HIV E GESTAÇÃO

Quando uma mulher soropositiva descobre a gravidez, é fundamental manter um pré-natal e acompanhamento rigoroso. Gestantes que já seguem um tratamento correto contra o HIV, diminuem os riscos de uma transmissão vertical para 2% ou até para 0%.

Uma das maiores falhas do pré-natal é a não realização dos exames em momentos importantes: 1ª consulta pré-natal, idealmente no 1º trimestre da gestação, 3º trimestre da gestação, Parto, História de exposição de risco/violência sexual. É importante que os serviços de saúde busquem gestantes que estão sem pré-natal, no seu território. É fundamental que os profissionais divulguem, incentivem e ofertem os testes rápidos nas consultas, não apenas para às gestantes como também para suas parcerias sexuais.

Caso o diagnóstico seja reagente (positivo) para o HIV, a futura mamãe deve seguir algumas recomendações que diminuirão os riscos de passar o vírus para o feto. Uma delas é fazer o uso de medicações antirretrovirais (ARV) por meio profilático, caso já não estivesse fazendo o uso do mesmo. Além disso, outras medidas são: uso dos medicamentos antirretrovirais pré-parto e durante o parto; realização de exames, principalmente, de carga viral, CD4 e genotipagem; medicamentos antirretrovirais pós-natal para a criança; não amamentação – usar medicamento que inibe a lactação; criança usar fórmula infantil para alimentação; parceria sexual da gestante iniciar o tratamento com medicamento antirretroviral; recomendar o uso do preservativo nas relações sexuais durante a gravidez.

Os serviços de assistência social também têm papel importante na assistência dessa gestante que vive com HIV, pois a maioria das crianças que nascem infectadas, vive em situação de vulnerabilidade social.

A criança filha de mãe que vive com HIV é denominada Criança Exposta. O risco de ela nascer com o HIV vai depender das medidas preventivas adotadas pela mãe e parceria sexual, das atitudes dos profissionais de saúde tanto da atenção primária como das maternidades que assistirem essa gestante, como também dos próprios serviços de saúde e sociais que acompanham essa gestante.