Altivo, disruptivo e ameno ma non troppo

O discurso do Presidente Bolsonaro no dia de ontem (24/09/19) na ONU foi, para mim (e talvez para mim somente); ALTIVO, DISRUPTIVO e AMENO MA NON TROPPO.

Dito assim por preâmbulo, estou delimitando contornos para poupar leitores de eventuais discordâncias ou desacordos.

Sempre há outros escritos na mídia a garimpar.

Também há arrimos mais consequentes a abraçar.

Por que não procurar um livre pensar divergente do meu, ponderar uma opinião diferente, buscar os textos mais comuns e corriqueiros nestes tempos assaz e prosaicos, por desembestados e polarizados, em que o opinar tem que só teimar, em fluir, mergulhar e refluir, na mesma cloaca e no mesmo cheiro;  de péssimo cheiro!?

Não desejo, repito, enganar o leitor com um título ambíguo, falacioso, destinado a atrair somente, para trair depois.

Não! Como eu gostaria que poucos parágrafos me fossem suficientes para que logo me abandonassem rápidos os leitores indesejados.

Como eu feliz ficaria se fosse rapidamente repelido, no próprio título, na chamada da matéria, qual vampiro a golpes de água benta, ou o diabo na menção do sinal da Cruz!

Sem Credo em Cruz e Ave Maria, mandinga vária ou benzedeira, só busco leitores ávidos por muitos parágrafos e toques, e já se vão 190 palavras digitadas.

Como já dito no título, Bolsonaro foi ALTIVO, mesmo que o queiram depreciar, por arrogante ou “altezzoso”, no andante, mais que pedante, italiano vigoroso.

Também foi DISRUPTIVO, para quem o desejar auspiciar, via anglicismo ambicioso, desancando-o por abrupta e brutal desnecessidade.

Foi também AMENO, piacevole, accogliente ou grazioso, ma non tropo, só para versejar um italiano enfastioso.

Bolsonaro foi ALTIVO, DISRUPTIVO e AMENO,… ma non tropo. Assim dizendo porque tudo ali foi conduzido moderadamente, por necessário.

Se o Presidente posasse mudo e saísse dali calado, seria a farra de seus críticos; Iam-lhe cair de pau.

Não são muitos os incomodados só com a sua presença em parcos dez meses de presidência?

Esperavam que o Mito cantasse em falsete, por melhor vira-lata, ou vampiro brasileiro, como seus antecessores envergonhados, que, sem cheirar, nem feder, se escafederam rápido da tribuna, sem agradar os de dentro, e os de fora daquele palco.

Até os torcedores mais afoitos do capão francês, se encantaram com a afoiteza do ciscar pedrês brasileiro, cocoricando na ONU e sem sujar seu poleiro, ousando ali, até botar ordem, ao desmando, à desordem.

Porque a ONU está se desagregando, querendo interferir onde não deve, sem conseguir pacificar o mundo, sua missão por excelência.

A ONU está sendo tomada pela política globalista com excessivo predomínio das doutrinas socialistas, como se estas fossem as únicas a poder vicejar no mundo após a derrubada do muro de Berlim.

Não é à toa que nos seus organismos estejam a imperar políticos derrotados nas eleições dos seus países.

Quanto aos discursos pronunciados na ONU, a presença brasileira sempre foi anódina, despercebida, mesmo quando um Sorbonnard, Fernando Henrique Cardoso, ali tentou trinar e desafinou quase em falsete.

Se o Brasil nunca cantou melhor, na ONU melhor  posou Kruschewsky dando sapatada numa mesa e Hugo Chaves se benzendo em denúncia de enxofre.

Destacado, todavia, foi  o discurso pronunciado por Yasser Arafat (1939-2004), fundador da al Fatah, grupo que se dizia representante da autoridade Palestina.

Muito combatido então, e aplaudido também, Arafat dissera para grande espanto do mundo: “Hoje eu venho portando um ramo de oliveira em uma mão e uma arma de um lutador pela liberdade na outra mão. Não deixem que caia de minha mão o ramo de oliveira. Repito; não deixem que caia de minha mão o ramo de oliveira”.

E a Palestina não mais foi o que era.

Quanto ao discurso de Bolsonaro, sem ramo de oliveira, nem manifesto de pau brasil, firmou sua defesa, das árvores e da nossa soberania, o Brasil não sendo sonso, nem inzoneiro, como cantava Ary Barroso, no nosso melhor canto, de internacional conhecimento.

E se alguém não gostar do seu cantar, cante lá que eu canto cá.

De “olê muié rendeira” a “Julie-tê-tá, tá me chamando!”, o Brasil tem muitos cantos e bastante desencantos.

Quem quiser nesta aquarela, preferir a esparrela de denegrir a nossa pátria e mãe gentil, olhe além de Bolsonaro, vá pra dentro doutro cenário, la na Câmara, ou no Senado, e até no Supremo Tribunal, porque ali é que reside o sutil e letal perigo, na toga, no verbo e no paletó, só para tudo atolar e deixar pior.

Quanto ao discurso de Bolsonaro, é bom repetir, mesmo que assim não pensem os ‘especialistas’ da Rede Globo, os articulistas da Folha de São Paulo, os jornalistas do Estadão, e seus infindáveis corifeus, fiéis e acéfalos repetidores, por todos azimutes pelo Brasil adentro; o discurso foi formidável por ALTIVO, DISRUPTIVO e AMENO,.. ma non tropo.

Só para chatear!

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E agora, só para se indignar.

Enquanto Bolsonaro discursava na ONU, ridículo foi o Senado da República não votar a Reforma da Previdência, porque um punhado de Senadores deixou o seu trabalho, preferindo fazer greve como ginasianos em comissão.

Comissão por comissão só vale aquela poderosa e plenipotenciária, não esta de folguedo ou de pressão, só para burlar a lei e pleitear sua exceção, e melhor auferir o deletério jetom, por comissão.

O que queriam os Senadores, senão poder delinquir sem punição?

Quem dera que presidisse o Supremo alguém de melhor estirpe para açoitá-los de volta com o necessário mangual saneador!

Não foi à toa que um outro francês, este de melhor linhagem, ferreteou-nos um dia que o Brasil não era um país sério.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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