ANO DE 2016: NOVOS E VELHOS DESAFIOS NA SAÚDE

Terminamos um ano com velhas e novas dificuldades. Para nós, que trabalhamos na área de saúde pública, as previsões para 2.016 são mais preocupantes porque será um ano eleitoral para os municípios, principais executores locais das políticas de saúde. Aliado às queixas de falta de recursos financeiros, teremos as questões partidárias que às vezes atrapalham a implantação e implementação de programas e projetos.

VELHOS DESAFIOS NA SAÚDE PÚBLICA
        Na área das Infecções Sexualmente Transmissíveis, o enfrentamento às Hepatites Virais, Sífilis Congênita e a AIDS, continua sendo um grande desafio.
AS HEPATITES VIRAIS
         As hepatites Virais, principalmente, a Hepatite B e C, exigem um grande esforço, pois, apesar da existência de novos medicamentos, ainda são preocupantes por serem consideradas doenças silenciosas, necessitando de um maior diagnóstico precoce, devido às complicações ligadas à cirrose hepática e câncer no fígado. Para aumentar o diagnóstico, há a necessidade da implantação dos testes rápidos nos municípios.  A ampliação da vacinação contra a Hepatite B é fundamental. As ações educativas dos municípios em salões de beleza, barbearias e locais de tatuagens e colocação de piercing também são importantes.

A SÍFILIS EM GESTANTES E CONGÊNITA
           A Sífilis Congênita continua como um dos grandes problemas de saúde pública. Mesmo com um grande investimento do governo do estado e de alguns municípios, nas capacitações dos profissionais de saúde e nas ações educativas, ainda temos um número preocupante de crianças nascendo com Sífilis. Ainda temos um grande diagnóstico de sífilis em gestantes acontecendo nas maternidades, em vez de ocorrer na atenção primária, nas unidades básicas de saúde, evidenciando falhas no pré-natal em seus diversos níveis (nas gestantes que iniciam o pré-natal tardiamente, gestantes usuárias de drogas que abandonam o pré-natal, gestantes itinerantes, nos parceiros das gestantes que se negam em participar do pré-natal, nos profissionais de saúde com algumas atitudes que dificultam o pré-natal, nos gestores que não priorizam as decisões a favor do pré-natal). Precisamos que todos os municípios executem, com qualidade, o teste rápido para sífilis, assegurando a confirmação do diagnóstico, adquiram a Penicilina Benzatina para o tratamento correto, pelo menos das gestantes e seus parceiros. Precisamos de ações municipais que captem as mulheres grávidas para que possam iniciar o pré-natal em tempo oportuno. Acreditamos que, com a mobilização pelos casos de microcefalia, possamos ter uma grande melhoria no pré-natal.

A AIDS
          Tivemos grandes avanços e teremos muitos desafios. As pesquisas mostram que apenas 50% das pessoas usa regularmente o preservativo nas relações sexuais ocasionais. Nas relações sexuais com parceiro (a) fixo (a), o percentual cai para 28%, indicando que, mesmo com as ações educativas, muita gente esta se expondo ao risco de infecção pelo HIV. Temos que, a nível municipal, disponibilizarmos cada vez mais e em todos os locais (não apenas nas unidades de saúde), os preservativos. Para quem não usa o preservativo regularmente, precisamos ampliar, a nível estadual, a disponibilização da prevenção combinada (o tratamento como prevenção – o uso de medicamentos antirretrovirais faz com que as pessoas vivendo com HIV/AIDS alcancem a chamada “carga viral indetectável”) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – o uso medicação antirretroviral, nas primeiras horas após qualquer situação em que exista o risco de transmissão do HIV.  É importante também incentivar as pessoas a fazerem o teste rápido para o diagnóstico do HIV. É importante saber o quanto antes, para iniciar o tratamento no momento certo. Em caso de gravidez, fazer o teste no pré-natal. O parceiro da gestante também deve fazer o teste.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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