A Imunização é necessária para proteção coletiva
O Brasil já atingiu 200.000 óbitos relacionados à Covid-19. A maior letalidade ocorre em pessoas acima de 60 anos e naquelas que possuem doenças associadas, como diabetes, AVC, Hipertensão Arterial, HIV/Aids, obesidade, tabagismo e outras. A população, de um modo geral, não está contribuindo para proteger essas pessoas consideradas “de grupo de risco”, pois continua participando das aglomerações, não usando máscara, minimizando as mortes e fazendo campanha contra as vacinas.
Estamos diante de uma pandemia cujo vírus (novo coronavírus) se transmite de pessoa a pessoa. Está bem evidente que a prevenção depende de mudança de atitude das pessoas. Depende de mudanças individuais que repercutirão na prevenção coletiva e na proteção das pessoas mais vulneráveis a necessitar de internação em enfermaria e em UTI.
Para conter a pandemia, é necessária apenas uma coisa: que durante o intervalo de tempo em que uma pessoa infectada pode transmitir a doença a outras pessoas, ela não o faça. Em teoria, essa medida é simples; mas no mundo real, é extremamente complexa de ser implementada.
Como alcançar este objetivo tão simples e ao mesmo tempo tão difícil? De muitas maneiras. Por exemplo, limitar os contatos entre as pessoas, como fizemos durante os confinamentos ou quarentenas. Também podemos reduzir a probabilidade de contágio nas interações existentes, por meio de máscaras e distanciamento físico entre as pessoas. Uma terceira via é a imunização, por vacinação ou pela chamada imunidade de grupo natural.
Imunidade de rebanho
A imunidade de grupo ou de rebanho é baseada na ideia (puramente estatística) de que, quando um número suficientemente elevado de pessoas supera uma doença, sua transmissão é interrompida. Isso ocorre porque cada paciente infectado encontra um número menor de pessoas suscetíveis de serem infectadas (porque muitas já estão imunes).
A ideia não é nova. Desde o início da pandemia, alguns países se posicionaram contrários às medidas restritivas, rejeitando confinamento e distanciamento por causa de suas consequências sociais e econômicas. Eles argumentam que a maior parte do mundo deveria “viver normalmente” até atingir a imunidade de grupo naturalmente.
As evidências científicas estão mostrando que, a busca deliberada pela imunidade de rebanho, sem as medidas restritivas e sem uma campanha de imunização, é uma péssima ideia. Os motivos são: Morrerão milhões de pessoas.
A letalidade do vírus Sars-CoV-2, que causa a covid-19, é estimada em torno de 0,6% dos infectados. Ou seja, para atingir uma imunidade de rebanho no patamar de 60-70%, morreriam milhares de pessoas de um país ou de uma região. Além dos óbitos, as sequelas persistentes em milhares de pessoas que conseguiram sobreviver e o colapso sanitário causado pelo grande número de internações hospitalares. Essa situação teria profundas consequências sociais e econômicas. No caso da Covid-19 ainda temos muitas dúvidas sobre o funcionamento da imunidade individual.
A vacina contra a Covid-19
As vacinas são feitas a partir do próprio vírus (ou da bactéria, se for o caso). Ele suscita uma resposta de nosso sistema de defesa, que fica preparado para reagir adequadamente diante de uma infecção de verdade, através de anticorpos. São utilizadas técnicas de laboratório que inativam o agente infeccioso, de modo que sua replicação se torne inviável. Mesmo assim, isso produz a reação imunológica desejada.
Cientistas de todo o mundo estão desenvolvendo muitas vacinas potenciais para COVID-19. Todas essas vacinas são projetadas para ensinar o sistema imunológico do corpo a reconhecer e bloquear com segurança o vírus que causa COVID-19.
Vários tipos diferentes de vacinas potenciais para COVID-19 estão em desenvolvimento, incluindo: Vacinas de vírus inativados ou enfraquecidos , que usam uma forma do vírus que foi inativada ou enfraquecida, de forma que não causa doenças, mas ainda gera uma resposta imune; Vacinas baseadas em proteínas , que usam fragmentos inofensivos de proteínas ou cascas de proteínas que imitam o vírus COVID-19 para gerar com segurança uma resposta imune; Vacinas de vetores virais , que usam um vírus que foi geneticamente modificado para não causar doenças, mas produz proteínas do coronavírus para gerar uma resposta imunológica com segurança; Vacinas de RNA e DNA , uma abordagem de ponta que usa RNA ou DNA geneticamente modificado para gerar uma proteína que, por si só, promete uma resposta imunológica com segurança. Essa é a vacina mais alvo de Fake News.
Movimentos contra as vacinas
Para quem anda divulgando mensagens falsas nas redes sociais, é importante saber que essas condutas certamente atrapalharão e vão diminuir a adesão da população às vacinas contra a Covid-19, quando estiverem disponíveis. Quando muitas pessoas em uma comunidade são vacinadas, o vírus tem dificuldade em circular porque a maioria das pessoas se encontra são imune. As campanhas contra as vacinas poderão prejudicar a campanha de imunização da população.
É consenso entre os especialistas que um imunizante seguro e eficaz será a única forma de redução do números de casos, hospitalizações e mortes. A busca por uma vacina contra a covid-19 se tornou uma maratona em tempo real envolvendo universidades, indústrias farmacêuticas e governos.