Pneumotorax espontâneo: diagnóstico, tratamento e complicações

Desafios são partes inevitáveis da vida. Aprenda a aceitá-los para conseguir superá-los.( Lin tiao )

Generalidades

O pneumotórax espontâneo é uma condição que deve ser precocemente reconhecida pelo médico, pelo risco de evolução para quadros com risco à vida dos pacientes; a primária ocorre por ruptura de uma “ bleb” subpleural, enquanto que a principal causa secundária de pneumotórax é o DPOC ( enfisema crônico ).

-os principais sintomas incluem dor torácica pleurítica e dispneia.

-Os sinais mais comuns incluem diminuição ou ausência dos murmúrios vesiculares ( à asculta pulmonar ) no lado acometido, hipertimpanismo à percussão e diminuição do frêmito toracovocal.

-no casos estáveis, a radiografia de tórax simples é o exame inicial de escolha.

-O tratamento envolve oxigenoterapia e toracotomia/drenagem torácica, a depender de estabilidade hemodinâmica e volume do pneumotórax.

O pneumotórax significa a presença ou acúmulo de ar no espaço pleural, como consequência da solução de continuidade da integridade das pleuras, importante referir de que a cavidade pleural é um espaço virtual situado entre a pleura visceral e parietal que apresenta pressão negativa em condições normais.

O pneumotórax pode ser espontâneo ou adquirido, sendo que as causas espontâneas podem ser de etiologia primária ou secundária. Um pneumotórax espontâneo primário (PSP) é aquele que ocorre na ausência de doença subjacente ou da ocorrência de trauma externo.

Espontâneo

Primária:

ruptura de uma “ bleb”  subpleural.

-Secundária:

-Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

-Neoplasias; Pneumocistose ;Abscesso pulmonar

-Ruptura de esôfago; Fibrose  pulmonar

Adquiridas

-Trauma penetrante ou fechado (principal causa adquirida);Toracocentese; pós cirurgia laparoscópica;

-Iatrogênico (Ex., acidente por punção de acessos venosos centrais);drenagem de tórax;

Epidemiologia

A incidência de pneumotórax espontâneo primário é de cerca de 6 a 10 casos por 100 mil habitantes por ano, ocorrendo cerca de 3 a 6 vezes mais em homens, e acomete principalmente indivíduos jovens entre 20 e 40 anos; acredita-se que ocorra formação de pequenas bolhas subpleurais apicais que se rompem na cavidade pleural, infelizmente a causa da formação das bolhas ainda é desconhecida, mas o tabagismo e a predisposição genética também parecem ser fatores de risco; quase todas as doenças pulmonares podem ser complicadas por pneumotórax, mas a DPOC ( enfisema crônico ) é responsável por até 70% dos casos espontâneos secundários, sendo causada por ruptura de bolhas apicais na maioria das vezes, além disso esses pacientes também têm maior risco para pneumotórax por acidente de punção.

Quadro Clínico

Os principais sintomas incluem dor torácica pleurítica e dispneia, esta última geralmente é súbita, podendo variar de leve a grave  a depender do volume do pneumotórax e a capacidade pulmonar funcional; Em geral  os sintomas se desenvolvem quando o paciente está em repouso, embora, ocasionalmente, o pneumotórax se desenvolva durante exercícios.

Convém salientar de que o pneumotórax hipertensivo é a forma mais grave e mais comum no trauma ou causado por iatrogenia, mas pode ocorrer infelizmente na forma espontânea; consequentemente ocorre compressão do mediastino e diminuição de pré-carga, causando choque obstrutivo, além disso as manifestações incluem taquicardia, hipotensão e má perfusão tecidual.

Além disso chama a atenção a presença de dor pleurítica, dispneia ( falta de ar ) e choque obstrutivo

Diagnóstico:

O exame físico pode ser normal dependendo do volume do pneumotórax, no entanto os sinais mais comuns incluem diminuição dos murmúrios vesiculares no lado acometido, hipertimpanismo à percussão e diminuição do frêmito toracovocal. No hipertensivo, turgência de jugular, desvio da traqueia e hipotensão são os achados clássicos.

Para pacientes estáveis a radiografia simples de tórax é o exame inicial de escolha na posição vertical, que demonstra uma linha pleural visceral branca na radiografia de tórax que é tipicamente convexa em direção à parede torácica com volumes de ar.

A tomografia computadorizada de tórax pode ser útil quando o diagnóstico é incerto pela radiografia ou há enfisema subcutâneo, sendo o método mais preciso disponível para a detecção de pneumotórax com base em sua capacidade superior de distinguir o gás de outras estruturas do tórax, convém referir de que a ultrassonografia à beira leito pode ser usada para diagnóstico em pacientes instáveis.

Tratamento 

Pneumotórax espontâneo Primário

Para pacientes estáveis com pneumotórax pequeno (< 3 cm) inicialmente deve-se tentar observação clínica com suporte de oxigênio, uso de analgésicos e repouso relativo, porém se o volume for maior que 3 cm, mesmo se clinicamente estável o paciente deve ser hospitalizado e deve ser realizado algum procedimento invasivo que assegure a re-expansão do parênquima pulmonar colapsado.

Inicialmente pode-se tentar drenagem com aspiração por agulha ou cateter, ou seja um dreno de tórax deve ser inserido (toracotomia) se a aspiração não conseguir reexpandir o pulmão ou se não houver experiência disponível, observando de que os pacientes clinicamente instáveis, independente do volume de ar, ​​devem ser submetidos a toracotomia imediata com tubo torácico.

O pneumotórax hipertensivo constitui uma verdadeira emergência médica que necessita de intervenção rápida para descompressão com punção de alívio com agulha em espaço pleural deve ser realizada e drenagem de tórax.

Pneumotórax espontâneo secundário

Para a maioria dos pacientes com outras causas , como DPOC, devem realizar procedimento para reexpansão do parênquima pulmonar por tubo torácico ou toracotomia por cateter, em vez de medidas mais conservadoras; lembrando de que nos pacientes instáveis, se a colocação do dreno torácico se atrasar, a punção de alívio deve ser realizada, frisando de que a conduta mais agressiva é justificada pela maior probabilidade de vazamento prolongado de ar e insuficiência respiratória em pacientes com condições pulmonares subjacentes.

Uma Boa e Simpática Semana…

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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