Fernando Viana A gente aprende a pensar

“Na verdade, professores do Massachussets Technology Institute e do Califórnia Institute of Technology, bem como diretores de pesquisa de grandes companhias de engenharia já perceberam há muito tempo que o que acaba distinguindo cientistas e engenheiros do sucesso é a capacidade de perceber ou ver o que as equações significam”.

Robert & Michelle Root-Bernstein , 2000

 

Atualmente, em qualquer campo de ação que estivermos interagindo, a arte de saber pensar tem sido um pré-requisito cada vez mais importante. Tudo que é projetado, planejado e posto em prática, antes precisa e deve ser cuidadosamente imaginado, e é muito difícil mesmo executamos algo e obtermos sucesso sem antes termos pensado nisto. Portanto, o pensamento acontece antes que a fala se manifeste e geralmente esse pensamento se manifesta através da nossa linguagem corporal, emoções, sensações ou os nossos “insights’”.

 

Dessa forma, as idéias resultantes desses pensamentos precisam ser transformadas em palavras, textos, equações, pinturas, música, dança, teatro, prédios, aviões, viagens interplanetárias, etc…Por esse motivo, aprender a organizar a qualidade do pensamento, ou em outras palavras, pensar de forma criativa, faz uma grande e poderosa diferença. Isso se explica pelo fato de ao educarmos a qualidade do nosso pensamento, ou seja, o fato de começarmos a pensar de maneira criativa, abre as portas para o pensamento criativo em todos os cenários de atuação.

 

Portanto, educar o pensamento é a saída para desafiar as pessoas para que entendam que precisam estar prontas e abertas para aprender durante toda a vida e que, esse comportamento lhes dará a oportunidade de estarem prontas para receber a inovação no futuro.

 

A contínua fragmentação do conhecimento provocada pela especialização cada vez mais constante tem feito que as pessoas recebam muitas informações e que, ao mesmo, muitas vezes se sintam perdidas por não saberem ou o que fazer com essa pesada carga de informações. Por outro lado, mesmo tendo toda essa sobrecarga de informações – na maioria das vezes – não sabem a sua origem, o seu significado efetivo e uso, fazendo com que a sua compreensão sofra um desgaste irreparável. O que fazer com tudo isto? De que vai me servir toda essa informação?

 

Assim sendo, dentro do seu campo de atuação os especialistas tratam de problemas cada vez maiores, por outro lado, em áreas cada vez menores. De modo que a sociedade global começa a sentir o peso de parecer estar paralisada quanto tem tanta informação e pelo fato de, cada vez mais, não saber o que fazer com tudo isso. Percebe-se, portanto, que é necessário compreender, a importância e a natureza do pensamento criativo se quisermos criar um sistema de ensino capaz de formar pensadores realmente criativos.

 

Vamos partir de uma premissa básica, todo mundo pensa. Todavia, vamos deixar bastante claro também que – nem todo mundo – pensa bem. Se levarmos o exemplo para ofícios corriqueiros, como por exemplo, a arte de cozinhar, vamos constatar que a prática, a vontade e o desejo continuo de melhorar é que fazem com que um simples jovem cozinheiro possa a vir se transformar num futuro próximo em um fantástico “chef de cuisine”. Lógico que essas pessoas não nasceram prontas, até os já mais promissores aprenderam bastante e foi a arte de saber fazer as composições e misturas certas entre os alimento que permitiram com que chegassem aonde chegaram.

 

Assim acontece com a arte de gerar idéias. A nossa fábrica (cérebro) de idéias vai aprendendo a gerar dezenas, até mesmo centenas de idéias que precisam ser, muitas vezes, combinadas, misturadas ou transformadas para que desse processo resulte na grande e verdadeira idéia.

 

Levando-se essa idéia para qualquer profissão percebemos quanto poderemos melhorar o que fazemos no nosso dia a dia, se estivermos prontos para combinarmos de maneira efetiva toda a gama de informações que temos e dessa maneira estarmos continuamente melhorando os nossos processos e efetivamente inovando os nossos produtos.

 

Assim como os “chefs” nos surpreendem, muitas vezes, com pratos até simples, mas encantador seja na apresentação, seja no sabor, podemos levar essa prática para o nosso dia a dia no trabalho.

 

Portanto para pensar criativamente é preciso, antes de tudo, “sentir” antes. O desejo que compreender preciso estar aliado e estimulado com as sensações e os sentimentos e, por sua vez, ligado ao intelecto, para que o indivíduo possa finalmente chegar ao insight imaginativo. Que nada mais, nada menos é do que o ato de criar genialmente para servir, deslumbrar e encantar, o cliente. Seja ele quem for.

 

fbc@fbcriativo.org.br 

Fernando Viana é presidente da Fundação Brasil Criativo

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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