Onde estão as soluções de João?

“A paciência dos usuários dos transportes coletivos de Aracaju já está no limite”. Essa afirmação poderia resumir com fidelidade a situação das pessoas que necessitam de ônibus na capital sergipana nos últimos meses.

Mas a frase não faz referência ao caos que o sistema de transporte de Aracaju atravessa em 2013. A afirmação marca a abertura do 14º programa eleitoral do então candidato a prefeito, João Alves Filho. Terminais lotados, cidadãos insatisfeitos com a demora e a superlotação dos ônibus. Outros indignados com a péssima qualidade dos veículos. Tudo recheado de imagens que denunciavam o total abandono do transporte público pelas gestões municipais anteriores.

No programa, João não apresenta proposta, apresenta soluções. Afinal o seu slogan de campanha dizia que o próprio João era a solução para os problemas de Aracaju.

Candidato, João tinha as soluções na ponta da língua: aquisição de ônibus modernos, com ar condicionado, capacidade para 260 passageiros e acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência física; redução do tempo de espera nos pontos e terminais; vias exclusivas para ônibus contemplando todas as regiões da cidade; construção de dois novos terminais no Santa Gleide e Santa Maria; reforma dos terminais do DIA, Atalaia, Mercado, Rodoviária Velha, Rodoviária Nova e Maracaju. Tudo isso dentro de um pacote chamado “BRT”.

É inegável que todas as imagens exibidas no programa eleitoral de João e os depoimentos dos cidadãos sobre a precariedade do transporte público eram verídicos. Afinal, investimento em transporte público nunca foi uma prioridade das últimas gestões municipais de Aracaju.

Porém, João não é mais candidato. Desde janeiro, João é prefeito e, até agora, não deu início a nenhuma das soluções apresentadas durante a campanha eleitoral. Pelo contrário, a crise e o caos do transporte público de Aracaju só aumentaram, com os mesmos problemas, as mesmas insatisfações. As empresas continuam mandando no sistema de transporte. Os trabalhadores continuam tendo os seus direitos negados. A SMTT permanece como uma aliada do Setransp. Apenas mudou o prefeito. Mas o prefeito, que agora é João, nada mudou.

Em outra oportunidade, referindo-me à saúde e à educação pública municipal, escrevi nesta mesma coluna que há uma diferença abissal entre o João candidato e o João prefeito. No transporte, essa discrepância também é evidente.

Novamente, a paciência dos estudantes e trabalhadores que utilizam ônibus e dos motoristas e cobradores do transporte público está no limite. Ou João Alves assume a sua condição de prefeito e implementa soluções para o transporte público que beneficiem o conjunto da população ou o povo logo perceberá que a solução não virá com João…

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NOTAS

1. Seminário Direito Vivo acontece na UFS

“Direito vivo”. Esse é o nome do seminário que acontecerá entre os dias 30 de julho e 1 de agosto, na Universidade Federal de Sergipe. Fruto de uma parceria entre o Grupo Direito Vivo e o Instituto Braços, o seminário inclui um ciclo de palestras sobre temas relacionados aos direitos humanos.

Confira abaixo o calendário das palestras
30 de julho, 17h às 19h – Política de drogas e segurança pública;
30 de julho, 19h às 21h – Racismo em Sergipe e no Brasil;
31 de julho, 19h – Maioridade penal e direitos das crianças e adolescentes;
1 de agosto, 17h – Questão agrária no Brasil;
1 de agosto, 19h – Direitos da população LGBT.

O seminário é aberto à população e as inscrições são gratuitas, através do e-mail direitovivo@hotmail.com (enviando nome, CPF, e-mail, com o assunto “inscrição”).

2. "Cinema pela Verdade" chega a Sergipe

Entre 30 de julho e 2 de agosto, acontece em Sergipe a “Mostra Cinema pela Verdade”, com exibição de filmes que buscam refletir e gerar um ambiente de mobilização em todo o país, em favor da memória histórica e de informações verdadeiras sobre as atrocidades cometidas nos períodos de Ditadura Civil-Militar nos países da América Latina.

Em Sergipe, dois documentários brasileiros serão exibidos nos dias 30 e 31 de julho. “Marighella”, de Isa Grinspum Ferraz, e “Eu me lembro”, de Luiz Fernando Lobo. Já nos dias seguintes, é  a vez das ficções “Infância Clandestina”, de Benjamín Ávila, e “No”, de Pablo Larrín.

Todas as sessões da “Mostra Cinema pela Verdade” acontecerão no auditório da Pró-Reitoria de Graduação (Didática VI) da UFS, sempre a partir das 18h.

Informações podem ser acessadas através do e-mail cafecomguarana@gmail.com

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