Frei Paulo (SE): despertar para o turismo

Pórtico “Eu Amo Frei Paulo”

Sabe aquelas cidades que apresentam um complexo urbanístico tradicionalmente nordestino? Frei Paulo, em Sergipe, é uma delas. Os casarios mais antigos se estendem ao longo da praça principal, onde também fica a igreja católica ao centro, e a partir dali se estabelece todo o arcabouço urbano.

Conta-se que a história de Frei Paulo está associada a fé católica dos freis Paulo Antônio de Casanova e David de Peruggia, incumbidos pela Província a construírem na localidade de Chã do Jenipapo a igreja Matriz, que dedicaram ao Apóstolo São Paulo, em homenagem ao fundador.

Ao longo desses 132 anos desde a sua emancipação, Frei Paulo foi sendo construída de maneira que se tornou uma cidade bem preparada para receber bem os que lá visitam por sua tranquilidade e complexo urbanístico.

Distante poucos 72km da capital, Aracaju, aos poucos o município vem sendo descortinado com um vasto potencial turístico, cultural e histórico, através de um roteiro turístico denominado de Rota 235, juntamente com a cidade vizinha, Itabaiana.

Vale a pena conhecer com o olhar de visitar as pequenas cidades nordestinas e seu desfecho no contexto da região Agreste de Sergipe, com a tradicional feira- livre aos finais de semana, a igreja Matriz de São Paulo, construído com o auxílio da população no período de 1867 a 1871.

Frei Paulo
Igreja Matriz de São Paulo

A Igreja Matriz tem São Paulo como patronos e chama atenção pelos adornos com pegadas mouriscas, porém é considerada eclética, sendo o templo onde se realiza a principal festa religiosa do município, a Festa de São Paulo, que ocorre no último domingo de junho ou primeiro domingo de julho desde o começo do século XX, precedida do novenário e festividades culturais.

Próximo da praça da Matriz, percorrendo a rua paralela, chega-se à Casa da Cultura e Museu da Memória e Cultural das Nações, inaugurado em 2016 como local de visitação contendo um acervo com peças e fotografias de 134 países por onde o padre José Eduardo Goes.

Ainda no entorno da praça da Matriz o visitante pode conferir alguns exemplares de casarões histórico percorrendo um circuito urbano em que vivência as condições de vida na época em que Frei Paulo se apresentava como o maior produtor de Algodão de Sergipe, o que se reflete na suntuosidade das moradias.

Podem ser visitados e estão preservados: a Casa de Francisco Nunes de Rezende (seu Maroto), localizada na praça Matriz São Paulo, atualmente pertence a Berenice Santos Silva; a casa que pertenceu a Rubens Andrade, localizada na rua Antônio Joaquim de Andrade, atualmente pertence a Antônio Henrique Leite dos Santos; o casario pertencente a José Agostinho de Mendonça e Maria Terezinha de Jesus Mendonça, vendida a América Silveira, localizada na praça São Paulo; a casa que pertenceu a Pedro Lima, localizada também na praça São Paulo; a casa que pertenceu a José Francisco da Cunha, atualmente pertence à Arquidiocese e a casa que pertenceu a José da Costa Dantas (Zezé de Cajuza) e Eulina Barbosa Dantas (filha de Sinhozinho Barbosa das Pias), localizada na rua Barão do Rio Branco, além da casa de Artur Barbosa e Josefa Carmelita de Gois, localizada na praça São Paulo. Há também um circuito de casarões na zona rural do município.

A Serra Redonda é mais um atrativo da região para quem gosta de trilhas e contato com a natureza. Lá foi uma das primeiras localidades povoadas na região e existem informações de escavações realizadas na região, nas quais foram encontrados objetos típicos de uso indígena. Merece destacar também o Cruzeiro da Serra Redonda onde foi construída uma Capela, e colocadas as imagens de Nossa Senhora Aparecida, São Geraldo e São Francisco de Assis.

Na praça do Coreto está o monumento “Eu Amo Frei Paulo” construído em 2020 por ocasião da comemoração ao Centenário da elevação da Vila de São Paulo (atual Frei Paulo) à condição de Cidade de São Paulo. O Monumento é palco para recepção de visitantes e realização de pequenos eventos culturais e sociais na Cidade de Frei Paulo.

Na Bagagem

Frei Paulo localiza-se a 73km da capital, Aracaju, seguindo pela BR 235. A BR está bem sinalizada e logo após a cidade de Itabaiana, percorre-se 21km até o entroncamento informando o acesso à cidade.

Se tiver um tempinho, não deixe de conhecer o Museu do Cangaço no povoado Alagadiço. Idealizado por Antônio Porfírio Matos Neto, remete os visitantes à história de Lampião, e principalmente, à presença de Zé Baiano no município de Frei Paulo, com ênfase para sua morte, que aconteceu no povoado Lagoa Nova, onde foi construído um monumento denominado “Túmulo de Zé Baiano”. Há também quadros contendo informações sobre as quatro vezes em que Lampião esteve no povoado Alagadiço

Frei Paulo também tem a Festa do Vaqueiro, na qual o aboio é um dos atrativos. A Aboiada é um tipo de repente presente na região do Agreste e Sertão de Sergipe, no qual o aboiador utiliza de rimas para falar do cotidiano, de um fato, de uma localidade, de alguém. A Festa do vaqueiro foi criada em 1981 e se realiza sempre no primeiro domingo de abril.

Frei Paulo
Estilo eclético com pegada mourisca da igreja de São Paulo

Há também a possibilidade de se conhecer a sede da Filarmônica Lira Paulistana

A Lira Paulistana sempre se apresentou em eventos religiosos, culturais e sociais.

Quer conhecer o artesanato da região? Vá na Associação dos Artesãos de Frei Paulo onde pode encontrar objetos de cipó, e ainda, a confecção de bordados em ponto de cruz, richelieu e rendendê, crochê e produção de acessórios e objetos de decoração.

Gastroterapia

Frei Paulo
Restaurante Chácara Fazenda, entre a sede municipal e o povoado Alagadiço

Visitei dois restaurantes bem legais no entorno da cidade de Frei Paulo: o restaurante Chácara Fazenda, com chalés para hospedagem, localizado no Povoado Alagadiç; e o restaurante Pé da Serra, localizado na Rodovia Zé das Canas, próximo à Serra Redonda. Não deixe de pedir uma tradicional galinhada com pirão.

Frei Paulo
Ensopado de galinha de capoeira é um dos mais pedidos

Na culinária típica destaca-se o bolo de macaxeira de Dadá, a bala de leite de dona Bebé, a espécie (paçoca de amendoim) de Manoel do Bar, o sorvete de Natanael, os doces de dona Arlete, o doce de batata e a cocada de seu Juca, dentre outras guloseimas produzidas e vendidas na feira livre.

Fotos: Silvio Oliveira

Insta: @silviotonomundo

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