Toulouse-Lautrec em vermelho

     Observando a tela Moulin de la Galette, de Toulouse-Lautrec, tem-se a clara impressão de estarmos sentados à mesa, observando o cenário que se

Moulin de la Galette, de Toulouse-Lautrec

descortina de prostitutas entediadas e figuras dançantes numa das mais tradicionais e populares casas do bairro de Montmartre, que ele conheceu (e conviveu) muito, pelos idos finais do século XIX.
     O artista francês retratava esses tipos marginais com técnicas de pintura que sugerem movimento, influenciados pelo nascimento do cinema e todo o frenesi que se instalou em sua volta naquele momento. Como Aragónez de Faria, sergipano de Laranjeiras, que residia em Paris e que pintava pôsteres de filme exibidos no Cine Pathé, Lautrec criava pôsteres de cabaret, elevando a propaganda ao status de arte.
     Tive a real consciência da figura excêntrica de Toulouse-Lautrec quando ele foi retratada pelo cineasta Woody Allen no filme “Meia Noite em Paris”. Vítima de uma doença congênita que impedia o seu crescimento ósseo (tinha apenas 1,54 metro de altura), a artista padecia ainda de alcoolismo e sífilis, que abreviou a sua vida para apenas 36 anos. No entanto, Toulouse-Lautrec foi um dos artistas europeus mais importantes da virada do século XIX, como cronista da vida noturna da cidade das luzes durante a belle époque.
    A maior exposição do artista em terras tupiniquins, reunindo 75 obras e 50 documentos, está em cartaz no MASP até o dia 1º de outubro próximo. Vale conferir!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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