VERMELHOS DE VERGONHA

Sem precisar ser minudente ao extremo – como diria o meu grande amigo e leitor assíduo, professor Vasko, do Policurso –  vou discorrer hoje sobre um assunto que virou a “coqueluche do momento” (expressão tão antiga quanto as figuras sobre as quais vou escrever) aonde quer que você tenha circulado em Sergipe, nas últimas semanas: o affair entre PSDB e PFL sergipanos.

É muito divertido ouvir as análises feitas por fiéis seguidores de João e Albano a partir de declarações expostas na mídia sobre essa “duríssima” negociação de aliança. Chega a ser hilariante. Não quero, no entanto, ter a presunção de ser o dono da verdade. Mas como expectador dos fatos, ao longo dos anos, aprendi que em política tudo o que se ouve antes das convenções partidárias segue por um caminho completamente diferente do que é “público e notório”.

Quando ouço, por exemplo, os deputados Jorge Araújo e Bosco Costa, ambos do PSDB, dizerem que o ideal para o partido é ter candidatura própria, sou obrigado, por força da profissão, a fazer uma leitura completamente diferente dos fatos. Ora, quem os conhece sabe muito bem da abnegação e lealdade ao ex-governador Albano Franco, líder maior do partido em Sergipe e candidatíssimo ao Senado. Portanto, essa defesa de uma candidatura própria do PSDB ao governo soa como uma cortina de fumaça para dificultar ainda mais a visão dos míopes. A única prioridade do PSDB de Sergipe é, sim, uma coligação que lhe renda a vaga no Senado, já que o resto virá, naturalmente, por osmose. E todos estão conscientes disso.

Raciocínio semelhante aplica-se a uma aliança branca com o PT de Marcelo Déda. Qual a vantagem que o partido teria caso isso fosse levado a termo? Como ficaria o sonho do presidente de honra do PSDB, Albano Franco, de ser senador, diante de alinhamento tão frágil e inconsistente? Qual seria o compromisso dos petistas com um aliado formado e pós-graduado pela ditadura, a quem sempre combateram historicamente?

Além do mais, sabe-se que uma candidatura isolada de Albano ao Senado implicaria em: alto custo de campanha, enfrentamento com a senadora Maria do Carmo Alves (considerada imbatível pelas pesquisas), dificuldades no plano nacional. Um cenário inimaginável para o ex-governador, afeito a céu de brigadeiro.

Não costumo ser como São Tomé. Mas, nesse caso, pago pra ver Albano e Déda, juntinhos, num mesmo palanque. Posso até imaginar o slogan de campanha: “Agua e óleo se misturam e ficam vermelhos”… de vergonha.

 

 

 

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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