Acidente aéreo que matou Gabriel Diniz e pilotos completa um mês

Há um mês cantor foi uma das vítimas de acidente aéreo (Foto: Facebook do cantor)27

Há exato um mês, o litoral Sul sergipano era o palco de uma tragédia aérea que tirou as vidas do músico Gabriel Diniz, e dos pilotos Abraão Farias e Linaldo Xavier. Nesses 30 dias subsequentes ao acidente, Polícia Federal e setores da Aeronáutica se debruçam sobre laudos, perícias e depoimentos para identificar o que causou a queda do monomotor PT-KLO, fabricado em 1974, que se despedaçou por volta das 12h na região de mangue do povoado Porto do Mato, município de Estância, a cerca de 60 km da capital sergipana.

O delegado Márcio Alberto, da Polícia Federal, em Sergipe, conduz uma das investigações. Por meio da assessoria de imprensa, ele informou que não vai dar esclarecimentos enquanto o caso não for concluído, mas disse que os destroços da aeronave já foram analisados e, nesta semana, toda fuselagem foi vendida para um ferro velho – com exceção dos pneus e do motor, que foram para o Aeroclube de Alagoas.

A outra investigação é conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O setor da Aeronáutica afirmou que as diligências continuam em andamento e sem prazo para conclusão. Os detalhes do caso também não foram divulgados.

A aeronave

A Aeronave PT-KLO era do Aeroclube de Alagoas e, no dia do acidente, havia decolado do Aeródromo Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador-BA, com destino ao Aeroclube de Alagoas. O modelo tinha capacidade para quatro tripulantes, somando os dois pilotos. Dentro do avião estavam Abraão Farias, Linaldo Xavier e Gabriel Diniz. Logo após o acidente, a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), abriu procedimento para investigar indícios de que a aeronave estava praticando táxi-aéreo – uma espécie de locação que teria sido feita pelo músico. O problema é que o modelo de aeronave, conforme as regras da Aviação no Brasil, só pode ser utilizado para voos de instrução. O Aeroclube de Alagoas, detentor da aeronave, chegou a ter as atividades suspensas pela ANAC.

As mortes

O Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe, que fez o recolhimento dos corpos, confirmou que as mortes dos tripulantes da aeronave foram provocadas por múltiplos traumatismos e fraturas. O diretor do IML, José Aparecido Cardoso, à época, chegou a afirmar que os órgãos das vítimas também foram dilacerados com o impacto no mangue – o que impossibilitaria qualquer chance de sobrevivência ao acidente.

O resgate

Uma grande operação foi montada ainda no início da tarde do dia 27 de maio para conseguir chegar ao local do acidente. O Grupamento Tático Aéreo (GTA) da Polícia Militar de Sergipe sobrevoou a área por horas mapeando a melhor forma de chegar ao local. Um bombeiro civil e outros moradores da região do povoado Porto do Mato foram os primeiros a chegar ao local dos destroços. O fluxo da maré no mangue, no entanto, foi uma grande dificuldade para as equipes de resgate. No final da tarde os corpos foram resgatados. Após passagem pelo IML, o corpo de Gabriel Diniz foi liberado para velório na Paraíba, enquanto Abraão e Linaldo foram encaminhados para o estado de Alagoas. O trabalho da Polícia Federal no local do acidente foi encerrado no dia 30 de maio.

Sucesso GD

Para o cenário musical, a morte de Gabriel Diniz teve um grande impacto. GD, como era conhecido, compartilhava com os amigos que vivia a melhor fase da sua carreira – e se preparava para uma grande jornada de shows no período junino. No início do ano ele emplacou o hit ‘Jenifer’. Muitos amigos e músicos prestaram homenagens ao cantor durante o velório, como Wesley Safadão e Xand Avião. No próximo domingo, 30, os integrantes da banda de Gabriel Diniz farão um show em homenagem ao músico no ‘Maior São João do Mundo’, em Campina Grande, na Paraíba.

Por Ícaro Novaes

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