Casas do povoado Taboca correm risco de desabamento

Casas estão em risco de desabamento (Fotos: Portal Infonet)
Medo e indignação fazem parte da rotina de moradores no povoado Taboca, zona oeste do município de Nossa Senhora do Socorro. Com as constantes explosões de uma pedreira, realizada por um fábrica de cimento na região, algumas casas da rua da Caixa D’água estão em risco de desabamento.

Os moradores contam que a situação permanece assim há muito tempo. Segundo Avidete Protássio, 65, que vive há mais de 50 anos na região, os problemas parecem piorar a cada dia. “A minha casa está cheia de rachaduras nas paredes. A porta do meu banheiro nem fecha mais. Essas rachaduras começam no teto e vão até o chão. Isso não pode continuar assim. Eu não

Avidete mostra as rachaduras em sua casa.
quero perder minha casa”, afirma, preocupada.

O perigo não atinge somente as residências. Com os estrondos emitidos pela retirada do material das pedreiras, parte do paralelepípedo foi danificada. Segundo os moradores, em apenas dois anos metade da rua cedeu aproximadamente quatro metros, sendo que a outra parte está com o paralelepípedo danificado.

A prefeitura do município envia periodicamente um trator para acrescentar areia e  brita na tentativa de recompor a rua, deixando-a transitável. “Isso não está adiantando nada, porque a rua continua cedendo e as casas da gente se rachando todinha”, relata Alberto de Jesus, outro

Antônio diz que com o estrondo as casas começam a balançar
morador.

Avidete conta que organizou um abaixo-assinado reivindicando providências rápidas para os órgãos públicos da cidade, mas a situação continua a mesma. Com as chuvas, os riscos de desabamento aumentam. Antônio relata que quando as máquinas da fábrica iniciam as explosões, as casas chegam a balançar. “O estrondo é tão forte que chegou a afastar a parede do piso em um cômodo da minha casa”, diz.

Caixa d’água

Avidete está com medo de perder sua casa.
Além desta situação, os moradores da região ainda enfrentam os problemas causados pelo jorramento de água que sai de uma caixa d’água localizada no final da rua com o mesmo nome. Eles relatam que em dias alternados, a parte da rua cedida fica inundada, sendo este outra possível causa do afundamento do solo. “Dia sim, dia não, a água começa a encher lá embaixo sempre às 11h e às 5h30min”, explica Avidete.

Providências

De acordo com a engenheira civil da Secretaria de Obras e Serviços Públicos da prefeitura de Nossa Senhora do Socorro,

Em dois anos, metade da rua cedeu quatro metros
Gláucia Passos, já estão sendo feitas análises mais precisas no local. ”Essa situação é antiga. Já realizamos duas ou três contenções do solo na região afetada, além de elaborarmos um relatório abordando o problema”, explica.

A engenheira ainda conta que brevemente será levado um sismógrafo na localidade, a fim de estudar a intensidade das explosões e identificar as verdadeiras causas das rachaduras e do afundamento do solo. “A Procuradoria do município já está ciente de toda a situação e juntos tomaremos as devidas providências”, garante.  

 

Por Victor Hugo e Raquel Almeida

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