Comoção e revolta em velório de soldador

Familiares estão desolados (Fotos: Portal Infonet)

Comoção e solidariedade à família marcam o velório do soldador Thiago Prado de Jesus, 38, que morreu depois de cair de um andaime instalado em um galpão que está sendo erguido no conjunto Inácio Barbosa, em Aracaju. O acidente fatal aconteceu na segunda-feira, 17, e o corpo está sendo velado na residência da vítima no conjunto Novo Paraíso.

A família está inconsolável. O operário deixa esposa e dois filhos, ambos menores de 18 anos. “Ele era muito tranquilo, uma pessoa que quando a gente precisava, ele chegava junto, sempre”, resumiu o militar aposentado Rogério Carlos Ferreira dos Santos, que estava em Salvador, Estado da Bahia quando recebeu a informação sobre a morte do operário da construção civil.

Amigos e familiares se reúnem ao lado do caixão, entoando canções religiosas e orações. Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil (Sintracon) também prestam solidariedade à família. “Houve negligência da empresa [para a qual o operário estava prestando serviços] porque não forneceu os equipamentos de segurança”, desabafou o presidente do sindicato, Raimundo Luiz Reis.

Raimundo Luiz: denúncia no MPT

Segundo o sindicalista, Thiago foi contratado para prestar serviços à obra, mas não possuía vínculo empregatício. O sindicalista garante que o operário não usava cinto de segurança nem capacete e estava equilibrado em uma taboa posta em um andaime numa altura de cinco metros. O presidente do sindicato está tentando localizar dirigentes da empresa que contratou o operário e garante que ainda hoje vai protocolar denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT).

Com esta ocorrência, conforme dados do Sintracon, já somam três mortes de trabalhadores, vítimas de acidentes ocorridos no segmento da construção civil em Sergipe neste ano. O sindicato não possui estatística quanto ao número de acidentes registrados neste setor. “As empresas abafam e é muito difícil fazer o controle dos acidentes que ocorrerem na indústria da construção civil”, observa o sindicalista. Nos dois últimos anos, segundo Reis, já somam oito o número de mortes de operários vítimas de acidentes registrados no setor.

Rogério: "amigo que chegava junto"

A assessoria de imprensa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Sergipe (Sinduscon), o sindicato patronal, revelou que a entidade desconhece o acidente e se comprometeu a se posicionar posteriormente sobre questões que envolvem acidentes no setor e falta de oferta de equipamentos de proteção.

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Por Cássia Santana

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