Famílias do Motu querem reajuste do auxílio-moradia

Famílias participaram de caminhada na manhã desta quarta-feira, 26 (Fotos: Portal Infonet)

Famílias que integram o Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu), Movimento dos Sem Teto de Sergipe (MST) e Movimento Sem Casa (MSC) saíram em passeata pelas ruas de Aracaju na manhã desta quarta-feira, 26, para reivindicar o aumento do valor do auxílio-moradia, que segundo eles, está defasado desde 2011, conforme a lei Lei 7.150/2011 que determina o reajuste anual.

Dalva da Graça, que é diretora estadual do Motu, justifica a reivindicação das famílias. “O aluguel aumentou progressivamente, então, há necessidade de aumentar também o valor do auxílio. Atualmente, o valor que é de R$ 300 não para aluguel nenhum, e o nosso propósito é que seja R$ 600”, detalha.

Os movimentos lutam ainda para a liberação das áreas da União para os projetos de moradia popular e para que haja o fim dos despejos forçados. “Muitas dessas áreas são liberadas para a especulação imobiliária, mas não são liberadas para a população. Toda vez que as famílias ocupam uma área, empurradas pelos altos preços dos aluguéis, elas acabam sofrendo o despejo forçado. No entanto, as empresas fazem o mesmo, mas não são despejadas”, esclarece.

Dalva da Graça é a diretora estadual do Motu

A luta das famílias envolve ainda o acesso aos programas e projetos de moradia popular previstos pelo governo do estado. Nosso movimento tem 1000 famílias que moram em área de risco. Mas de acordo com dados do Ministério das Cidades, em Sergipe, o déficit habitacional chega a 74 mil unidades.

Os movimentos também pretendem chamar a atenção da Secretaria de Patrimônio da União, Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Sides) e Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb). A intenção é que as famílias sejam recebidas para uma reunião ampla com os representantes do governo.

Luta

Eulina Ferreira luta para ser contemplada com uma moradia popular

A dona de casa, Eulina Ferreira, que é moradora do Fernando Collor, conta que o auxílio é insuficiente para o pagamento do aluguel, e por isso, utiliza parte do seu auxílio-doença para o aluguel da moradia. “Há 25 anos luto para ser contemplada por um programa de moradia do governo, mas não consigo. Eu não quero mais auxílio, quero uma casa, pois tenho problemas de saúde e quero viver bem”, afirma.

O valor do auxílio-moradia também é motivo de descontentamento para o motorista Luís Cosme Lima. “Qualquer aluguel é R$ 400 e quando vamos contar com água e luz, as despesas sobem para R$ 500. Em época de política, nos prometem moradia, mas depois somem”, lamenta.

Seides

O valor do auxílio-moradia também é motivo de descontentamento para o motorista Luís Cosme

A assessoria de comunicação da Seides informou à equipe de reportagem do Portal Infonet que as famílias foram recebidas no final da manhã desta quarta-feira, 26, pela secretária Eliane Aquino, e pela secretária adjunta, Maria Luci Silva. A secretária Eliane Aquino se comprometeu a analisar as demandas dos movimentos, e encaminhar ao governador Jackson Barreto aquelas que necessitam do seu aval, para que sejam estudadas em conjunto com técnicos da Seides.

Por Verlane Estácio

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