Famílias se negam a desocupar área na Coroa do Meio

Famílias estão no local desde sexta (Fotos: Portal Infonet)

As famílias que fazem parte da Ocupação ‘Marielle e Anderson Presentes’, instalada no bairro Coroa do Meio desde a última sexta-feira, 4, dizem que não vão desocupar o terreno mesmo após o pedido de reintegração de posse emitido na última quarta-feira, 9.

De acordo com a representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Paula Eduarda, enquanto a Prefeitura não apresentar uma proposta adequada para os moradores, eles permanecerão resistindo. “Esperamos que o prefeito tome uma decisão, saia do conforto dele, e venha olhar pela periferia, pelo povo que está aqui embaixo das lonas”, relata.

Na manhã de hoje, 10, o defensor público do Estado, Alfredo Nikolaus ingressou com o pedido de suspensão da reintegração, mas a solicitação foi indeferida.  “Nós já tivemos várias situações parecidas com essa, onde suspende-se a reintegração e determina-se uma audiência de mediação entre as partes para buscar uma solução harmoniosa, até porque é um conflito coletivo onde há várias crianças, adolescentes, mas foi indeferido e em princípio foi mantida a reintegração de posse”, afirma.

Conforme o defensor, a Prefeitura apresentou uma proposta no plano de realocação onde os ocupantes seriam abrigados em um local no centro de Aracaju num primeiro momento, mas segundo ele, o espaço apresentado não é adequado para receber as famílias. “Não é algo definitivo e existem crianças, idosos e portadores de necessidades especiais, então o local destinado pelo município não é um local digno”, declara.

Defensor público do Estado, Alfredo Nikolaus ingressou com o pedido de suspensão da reintegração

Grávida, Wilma Ferreira dos Santos acusa guardas de agirem com truculência

Acusação de agressões

Os ocupantes continuam reclamando da presença dos agentes da Guarda Municipal de Aracaju (GMA) na região e acusam os mesmos de praticar agressões contra eles na última quarta-feira, 9.

Grávida, Wilma Ferreira dos Santos, relata que o caso aconteceu por volta das 10h, quando ela e outras moradoras tentavam entrar na ocupação com materiais para construir os barracos que usam como abrigo.  “Quando fui pegar as madeiras que estavam no chão o guarda me agrediu com tapas, empurrão e machucou minha mão, sendo que não fiz nada com ele para ele me agredir. Nós só estávamos tentando entrar com o material. Ele e os amigos dele puxaram o revólver e o spray de pimenta, e nós não tentamos agredir ele, só queríamos colocar o material para dentro”, afirma.

Veja o vídeo do embate entre os ocupantes e a GMA

Guarda Municipal

A assessoria de Comunicação da GMA declarou que desconhece a informação sobre a existência de agressões na ocupação. A assessoria confirmou que os guardas estão trabalhando para impedir a entrada de materiais, mas até o momento tudo vem ocorrendo de forma pacífica.

PMA

Segundo a secretaria de Comunicação Social da Prefeitura de Aracaju, o local para onde as famílias seriam realocadas não é inadequado. “Essa foi uma das condições que a Justiça colocou para a prefeitura e a prefeitura apresentou as condições para justiça. Eles terão todo tipo de assistência que seja necessária”, informou.

A secretaria ainda informou que a PMA continua aberta ao diálogo e que inclusive já esteve no local por meio da Assistência Social, mas recebeu negativas no que diz respeito ao cadastramento, o que segundo a secretaria, impossibilita o planejamento das ações de resposta. 

por Yago de Andrade e Verlane Estácio

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