Fórum discute funcionamento da Casa Abrigo para mulheres

Sergipe é estado pioneiro na oferta de um equipamento de âmbito estadual voltado especificamente para mulheres vítimas de violência em risco iminente de morte (Foto: Seidh)

Foi discutido, durante o Fórum Estadual de Organismos de Políticas para as Mulheres (FEORG), o funcionamento da Casa Abrigo Estadual Profa. Neuzice Barreto. Realizado na quarta-feira, 12, o evento foi promovido pela Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seidh), por meio das coordenadorias da Mulher e da Assistência Social. Sergipe é estado pioneiro na oferta de um equipamento de âmbito estadual voltado especificamente para mulheres vítimas de violência em risco iminente de morte.

A Casa Abrigo oferece acolhimento provisório para mulheres, acompanhadas ou não de seus filhos, e que estejam em situação de ameaça ou risco de morte em razão da violência doméstica ou familiar. Para a segurança das abrigadas, o endereço é sigiloso e o funcionamento é ininterrupto. A equipe de atendimento é multidisciplinar com psicólogas, assistentes sociais e educadoras sociais, preparadas para acolher e fortalecer a dignidade dessas mulheres, enquanto o sistema de Justiça dá andamento aos processos legais.

A coordenadora Estadual de Políticas para Mulheres da Seidh, Edivaneide Paes, lembrou que a concretização desse projeto acontece depois de uma longa jornada de discussões e alinhamento entre órgãos e entidades. “Esse equipamento é um sonho antigo de toda a rede aqui representada por municípios, serviços e colaboradores. Fizemos o nosso melhor para que essa conquista fosse alcançada, tamanha a sua importância para salvar a vida de tantas mulheres”, comentou.

Dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a Casa Abrigo Estadual é tipificada como serviço de acolhimento institucional da proteção social especial de alta complexidade. A coordenadora Estadual da Assistência Social, Kátia Ferreira, falou sobre como as políticas públicas se complementaram para viabilizar esse projeto. “Além da defesa da mulher, a unidade de acolhimento está vinculada à política de Assistência Social. É uma demonstração de integração e fortalecimento de toda a rede socioassistencial envolvida na Casa Abrigo”, afirmou.

A superintendente Executiva da Seidh, Roseli Andrade, disse estar confiante com os resultados positivos do serviço para a vida das mulheres sergipanas. “Foi um equipamento muito esperado por todos aqueles que lutam pela causa da mulher em nosso estado. Ele é fundamental para o combate contra a violência doméstica e proteção das mulheres que vivem em situação de risco iminente”, afirmou.

Para a psicóloga representante da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Sergipe, Sabrina Duarte, ver a Casa Abrigo em funcionamento é gratificante. “Foi uma construção conjunta, uma luta de vários anos e que se concretiza justamente nesse momento em que estamos tão preocupados com as políticas públicas. Esse abrigo vem para nos deixar atentas com o aumento dos casos de violência doméstica e para que não haja retrocessos e nenhum direito a menos”, comentou.

As delegacias serão a porta de entrada para o serviço. A partir do boletim de ocorrência, a equipe da Casa Abrigo será acionada para conduzir a mulher e seus filhos até o local. A delegada do Departamento de Grupos Vulneráveis (DAGV), Mariana Diniz, falou da importância dO equipamento para o trabalho da Delegacia. “É um fortalecimento da rede de proteção à mulher. Ontem mesmo, acionamos a Casa Abrigo às duas da manhã e encaminhamos uma mulher. É bom saber que a vítima de violência está em segurança enquanto tomamos as devidas providências”, afirmou.

A deputada estadual e presidente da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Goretti Reis, recordou a atuação em favor da instalação do equipamento em 2016. “Foi em março de 2016 que solicitamos a construção e mostramos como importante Sergipe ter um local de acolhimento para as mulheres do interior. Fico muito feliz em participar das discussões até hoje, com o projeto concretizado”.

Homenagem

Filha da professora Neuzice Barreto, que dá nome à Casa Abrigo, Maria Eliene Lima foi homenageada durante o Fórum. Ela relembrou a trajetória de sua mãe e as dificuldades que enfrentou com o propósito de educar os filhos. “Estou lisonjeada em poder representar a minha mãe. Quero agradecer ao Estado de Sergipe pela construção do abrigo e por essa homenagem. Minha mãe foi uma guerreira, foi professora e ainda colaborava politicamente. Sua história é de superação e receber essa homenagem é especial. Agradeço de coração”, declarou.

Fonte: ASN

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