Lotação: SMTT e Sintax têm 30 dias para fechar acordo

MPE discute com SMTTs e Sintax situação dos táxis-lotação de Socorro e Aracaju (Fotos: Portal Infonet)

Em audiência realizada no Ministério Público Estadual (MPE), o Sindicato dos Taxistas, representantes do município de Nossa Senhora do Socorro e a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) de Aracaju discutiram a situação dos novos taxistas que trabalham no modelo de lotação que foram integrados ao sistema pela cidade vizinha.

Recentemente, 87 novos ‘lotações’ começaram a operar trazendo passageiros de Socorro para Aracaju e também no trajeto inverso. Isso trouxe a insatisfação dos táxis-bandeira da capital. Na visão do sindicato, esse foi mais um prejuízo para a classe. “Cobramos uma ação para que esse novo acordo não pudesse prevalecer, uma vez que Socorro tem, em sistema de rodízio, 366 táxis. Eles vêm para cá e os daqui ficam só assistindo. Já não temos mais como sobreviver. O sistema está esfacelado pela clandestinidade e pelos aplicativos, que não têm regra, hoje são cerca de 8 mil. Na cidade já tem 2.080. Então está sobrando e não temos como sobreviver”, reclamou José Airton dos Santos, secretário de Relações Públicas.

José Airton dos Santos reclama de situação difícil dos táxis-bandeira

A demanda partiu de diversos povoados de Nossa Senhora do Socorro, que sofrem com o difícil acesso às linhas de transporte coletivo e precisam dos serviços de táxis-lotação para chegar à capital e outros locais.

A promotora da cidade, Giceli Cavalcante, explicou que a questão não vem de agora. “A representação foi da população. Esse problema é antigo, não de 2018. As pessoas do povoado são muito desassistidas. Diante da necessidade, criamos essas novas vagas. Já existem duas cooperativas lá. É claro que a gente pensa nos taxistas, mas a prioridade é da população. Temos a área rural, locais afastados da sede do município. Eles clamam pelos lotações, que lá em Socorro já é regulamentado. Os que estão rodando preferem não fazer essas linhas, pelas dificuldades naturais”, contou.

Giceli Cavalcanti conta que demanda de novos táxis-lotação surgiu por conta da população dos povoados de Socorro

Euza Missano pediu acordo em 30 dias entre as três partes

O Ministério Público ofereceu duas soluções: a primeira delas é a entrada regular dos taxistas de Socorro em Aracaju, sendo permitido apenas trazer passageiros para a capital, e não de volta; e a segunda é garantir aos taxistas de Aracaju o mesmo direito de entrar e sair da capital com passageiros, em sistema de lotação.

A promotora de Defesa do Consumidor, Euza Missano, deu um prazo de 30 dias para que as SMTTs e o Sintax discutam e entreguem uma proposta acordada entre as três partes. “A legislação disciplina que só pode iniciar corrida dentro do município aquele que tem autorização da SMTT local. Estamos tentando ajudar a população, para que não tenha problemas com transporte. Eles irão trazer a proposta ao MP, para voltar, sentar à mesa e discutir a situação. Que traga benefícios para a população”.

O superintendente da SMTT de Aracaju, Aristóteles Fernandes, não quis conversar com a imprensa e afirmou que se manifestaria quando a situação fosse resolvida definitivamente.

Por Victor Siqueira 

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