Mais de cem pontos vulneráveis à exploração sexual em SE

Ação de combate a exploração ocorreu hoje (Fotos: Portal Infonet)

Luzijan diz que existe dificuldade de se denunciar o agressor 

Natália Dalto coordenou a atividade

Flávia Martins comentou os dados levanados para PRF

O estado de Sergipe possui mais de 100 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. O levantamento é do MAPEAR 2017-2018, estudo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), divulgado nesta semana e que faz o mapeamento deste tipo de exploração nas rodovias e estradas federais.

Os dados do MAPEAR mostram que Sergipe é o segundo estado da região Nordeste com maior número de pontos [108], ficando atrás somente do Ceará [180]. Em toda região os números chegaram a 644 pontos, sendo a maior entre todas as cinco regiões do país. Em todo Brasil a PRF detectou um total 2.487 pontos vulneráveis.

De acordo com Flávia Martins, presidente da Comissão Regional dos Direitos Humanos da PRF, o mapeamento é feito há 16 anos e algumas mudanças ocorreram em relação à última análise. “Uma característica deste último levantamento é que a gente detectou um aumento do número de pontos vulneráveis, mas houve uma redução nos pontos críticos, porque há uma metodologia que classifica se esses pontos tem risco alto, médio ou baixo”, explica.

Dia de Enfrentamento

Na tarde desta sexta-feira, 18, a PRF e outras instituições ligadas ao combate à prática contra menores realizaram um ato na Praça General Valadão, em Aracaju, para lembrar o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de crianças e adolescentes, que ocorre em todo o país. “Em todos os estados estão acontecendo atos, manifestações e audiências públicas e seminários para tratar dessa temática importante. Este é 18° ano de campanha, e esse é um ato para chamar o poder público e a sociedade a ficar alerta para o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes”, conta a coordenadora do Fórum Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Natália Dalto.

Segundo a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Luzijan Aragão, os dados revelados somente no âmbito da saúde mostram que ocorreram em Sergipe cerca de 230 casos de exploração em 2017, e de janeiro até abril deste ano já foram mais de 30.

Conforme a presidente, este número pode aumentar,  já que ele diz respeito apenas à saúde e  ainda não reúne aqueles levantados por entidades como a Secretaria de Segurança Pública e Conselho Tutelar. Ela explica que outra situação também pode elevar os dados: a dificuldade de se denunciar o agressor. “A maioria das violências acontece no âmbito familiar, isso dificulta a questão da denúncia, da medida de defesa e proteção ocorrer, porque é muito difícil para os familiares e para a criança fazer a denúncia de um ente próximo deles”.

por Yago de Andrade e Aisla Vasconcelos

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