Óleo: ITPS e UFS defendem monitoramento dos estuários sergipanos

Resultado das análises dos compostos foram divulgadas durante coletiva a imprensa no MP/SE (Foto: Portal Infonet)

O resultado das amostras dos sedimentos, águas e pescados coletados nos pontos mais afetados pelas manchas de óleo que surgiam no litoral sergipano no mês de setembro de 2019 não apresentaram índices de contaminação acima dos padrões permitido. As pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) em parceria com o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS) foram concluídas em janeiro e divulgadas na manhã desta quinta-feira, 13, durante coletiva a imprensa na sede do Ministério Público Estadual (MP/SE).

Os compostos foram coletados em 10 pontos diferentes do Estado, locais mais afetados pelas manchas de óleo entre os meses de novembro e dezembro de 2019. De acordo com o vice-reitor da UFS, Valter Santana, as amostras foram coletadas de forma emergencial e é preciso dar continuidade ao monitoramento para saber quais os impactos que esse desastre ambiental causou a longo tempo.

“Nossas análises demonstraram que os quantitativos de produtos químicos que foram avaliados estão dentro da faixa de normalidade olhando por critérios tantos nacionais, nós temos legislação para análise de água, quanto para critérios internacionais, na análise do pescado não temos um parâmetro nacional”, explica o pró-reitor que lembra que as análises foram feitas em um período pós desastre e que os compostos permanecem na natureza.

“Nessa primeira fase não houve um acréscimo significativo desses compostos, mas há a necessidade de monitoramento contínuo porque os pescados continuam se alimentando e podem estar absorvendo material contaminado e ao longo do tempo essa análise pode mudar, por isso, há sim a necessidade de monitoramento contínuo por tempo sistemático para garantir que esse efeito não vai inverter e passar a prejudicar a população. O impacto ambiental é imensurável, mas sugerimos pelo menos um monitoramento pelos próximos cinco anos”, adverte.

Monitoramento

Para que o monitoramento contínuo acontece nos estuários sergipanos, é preciso que haja um financiamento público dessas pesquisas. A UFS irá apresentar um projeto contendo o período necessário de monitoramento e os custos dessas pesquisas.

“A partir daí marcaremos uma audiência com o Estado para que haja esse aporte de recursos para o financiamento dessas análises e pesquisas. Nesse primeiro momento acionaremos o Estado, mas a responsabilidade principal é da União, então o Estado pode acionar a União para que os recursos retornem aos cofres públicos estaduais, mas tem que ter a verba pública para custear esse monitoramento”, afirma a promotora de justiça Cláudia Calmom.

O ITPS fará a análise dos metais pesados encontrados nos estuários. De acordo com o diretor-presidente do ITPS, Kaká Andrade, essa análise ainda não foi realizada dada a importância maior das análises que já foram feitas.

“Essa primeira campanha mostra um retrato daquele momento que foram coletadas, mas se você faz essa análise com a maré alterada você pode ter números diferentes, então, uma análise só não oferece a garantia de que não houve contaminação nos estuários de Sergipe. Há que se elaborar um programa de monitoramento, é isso que vai oferecer a segurança necessária, que vai dizer se os estuários foram contaminados, e se foram, em quais níveis e quais medidas precisam ser adotadas”, finaliza.

Por Karla Pinheiro

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