Consciência Negra: ativistas homenageiam Clautenis e Marielle Franco

Marcha da Consciência Negra movimenta o Bairro Industrial (Fotos: Portal Infonet)

A Marcha da Consciência Negra realizada na tarde desta quarta-feira, 20, no bairro Industrial foi marcada por protestos contra a violência e homenagens ao designer de interiores Clautenis José dos Santos, morto durante abordagem policial em abril deste ano no bairro Bugio, em Aracaju, e tantas outras vítimas anônimas afetadas pelo desrespeito à diversidade. Homenagens também à vereadora carioca Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro no dia 14 de março do ano passado.

Demétrio Varjão fala em genocídio contra os negros

“Esse é o primeiro novembro negro após a eleição de um presidente [da república] que tem uma agenda complexa contra a população negra, contra a população LGBT e nós temos que avançar na luta”, declarou a professor Sônia Meire, da Universidade Federal de Sergipe. A professora cobrou do Estado uma efetiva política pública de defesa e proteção à população negra no Brasil.

Os ativistas consideram que há um nítido movimento de extermínio e encarceramento de negros no país.“O Brasil continua um país racista que não valoriza a população negra que é maioria”, considera o estudante Demétrio Varjão, diretor do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e representante do Movimento Afronte.

Zenaide reconhece avanços

Para Zenaide Sandes, do Movimento Social de Mulheres Negras de Sergipe, apesar dos avanços conquistadas a partir do empoderamento feminino, o 20 de novembro deve sempre ser traduzido como um momento de resistência. “É dizer que não aceitamos mais sermos tratados como os últimos nessa sociedade”, declara. “Somos ainda discriminadas, somos aquelas que estamos presas e que estamos morando nas ruas. Mais do que nunca, trazemos para as ruas o grito abaixo o racismo”, observou.

Joice Vitória cobra maior mobilização da população para agir contra a violência

A estudante Joice Vitória, do Movimento Afronte, lamentou que o Dia da Consciência Negra não consiga arrastar multidões nas ruas devido à importância da data. Ele fala da necessidade de maior mobilização para que as pessoas possam dizer “não” à violência.

Em Aracaju, o 20 de novembro, data destacada pela morte de Zumbi dos Palmares e transformada como o Dia Nacional da Consciência Negra, foi marcado por outros eventos, incluindo debates em torno dos problemas que continuam atingindo a comunidade negra.

por Cassia Santana

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