Conferência abordará educação e relações étnico-racial

Conferência étnico raciais (Foto: Shutterstock)

Centenas de especialistas, pesquisadores, representantes da sociedade civil e do governo vão se reunir na 4ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir) para discutir formas de enfrentamento ao racismo no Brasil. A programação começa hoje, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, em Brasília. O ensino da história e da cultura afro-brasileira deveria ter um espaço respeitado no currículo das escolas mas, após a Lei 10.639/03, que tornou obrigatória a presença desse conteúdo em todas as instituições de ensino, a inserção dessas matérias ainda enfrenta muitos obstáculos. E olha que lá se vão quinze anos de regulamentação.

Segundo o Conselho de Secretários Estaduais de Educação (Consed), um dos principais problemas enfrentados para a implantação da obrigação legal da cultura afro-brasileira nas escolas é a deficiente formação inicial dos professores com relação aos conteúdos que envolvem essa temática. Ainda segundo o Consed, para os professores em exercício, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC desenvolveu o Programa de Formação Continuada de Professores para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana e para Educação Quilombola. O programa oferta cursos de aperfeiçoamento e especialização à distância, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

O MEC ressalta que ainda existem outras resistências para que a lei seja implantada nas escolas. Entre elas o preconceito dos pais, a falta de monitoramento da sociedade civil e o baixo investimento na área, o que acarreta em maior tempo para concretizar mudanças no sistema vigente e construir uma nova cultura de respeito à diversidade no âmbito da educação. Uma pesquisa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) mostrou que 24% das escolas públicas do Brasil ainda não discutem o racismo com seus alunos, mesmo que a lei 10.639 já tenha sido aprovada há mais de 15 anos.

O Colégio Rabboni, localizado em Aracaju, é uma das instituições que não trabalham com a cultura afro-brasileira, apesar de reconhecer a importância do tema.  “Pretendemos inserir a matéria aos poucos no currículo escolar. Não trabalhávamos com esse assunto, mas foram feitas algumas reuniões com a direção da escola e, futuramente, pretendemos inserir e trabalhar com a cultura afro-brasileira”, ressaltou o coordenador pedagógico Carlos Oliveira.

Segundo o coordenador, mesmo sem incluir o conteúdo nas disciplinas, a escola reconhece a importância e necessidade da lei. “São nossas raízes e elas refletem no nosso presente. Os alunos precisam conhecer a sua cultura e com isso aprender ainda mais a respeitar o outro e as suas origens. Não vai demorar muito para que nossa escola também passe a trabalhar com a história do povo brasileiro”, conclui.

Abrir espaço para debater a questão racial e aspectos da cultura afro-brasileira podem conduzir ao empoderamento dos alunos. Além de aprender sobre outra cultura, os mesmos também se sentem representados. É assim que já acontece com os estudantes da Escola Marissol, do bairro de Pau da Lima, em Salvador. Segundo a coordenação da instituição, os alunos participam de um projeto interdisciplinar que trabalha a cultura afro-brasileira em todas as matérias e, no fim do ano, apresentam tudo que foi aprendido durante as unidades.

A coordenação da instituição sempre procurou incluir a cultura afro-brasileira nas atividades da escola, principalmente por Salvador se tratar de uma cidade que tem a predominância de negros e índios. “Percebemos que os alunos aprendem a respeitar mais as diferenças com esse projeto.  Há muito tempo, não recebemos ocorrências de bullying. Trabalhamos sempre com a conscientização dos estudantes e eles realmente aprendem a respeitar o próximo”, informou a coordenação.

Trazer para o dia a dia da escola modelos diversos de identidade e cultura ajuda as crianças e jovens a se enxergarem de modo diferente daquele imposto pela sociedade, ou seja, ajuda na construção da consciência e sentimento de respeito pelo outro. Se você reconhece essa importância e deseja que seu filho aprenda sobre a história e cultura afro-brasileira, sabia que o Educa Mais Brasil pode te ajudar.

O programa educacional possui mais de 18 mil instituições parceiras e disponibiliza bolsas de até 50% de desconto para Educação Básica. Não perca tempo. Acesse o site, pesquise uma instituição de ensino e faça sua inscrição gratuitamente.

Fonte:  Ascom Educa Mais Brasil

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