A readequação das agências transformando-as em balcões de negócios proposta pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese) em 17 municípios sergipanos ou a permanência do modelo atual será definida na próxima sexta-feira, 6, após reunião entre o banco e a Federação dos Municípios de Sergipe (Fames). Na oportunidade, o Banese irá apresentar uma contraproposta aos prefeitos dos municípios afetados no sentido de fortalecer as agências bancárias, já que a justificativa do banco para retirar os caixas humanos das agências é a redução de custos e a modernização da instituição financeira.
O presidente do Banese, Fernando Mota, participou nesta terça-feira, 3, de uma audiência pública na Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para expor os motivos que levaram o banco a decidir transformar 17 agências, da capital e interior, em balcões de negócios, deixando apenas três funcionários por agência e substituir os caixas físicos por caixas eletrônicos.
De acordo com o presidente, estudos foram feitos e mostraram que os atendimentos bancários presenciais estão reduzindo significativamente e os atendimentos nos canais virtuais, eletrônicos e call center quase que dobraram de 2015 a 2019. “A movimentação nessas 17 agências caiu bastante, então, assim como está acontecendo em outros bancos no país, fizemos estudos durante meses, avaliamos os impactos e optamos por fazer uma readequação nessas agências. Não haverá fechamentos e sim adequações. Nós tínhamos duas opções: ou fechar agência ou adequá-las”, explica.
Mota disse também que, ao se reunir com os prefeitos dos municípios que serão afetados com as mudanças das agências bancárias, foi proposto por alguns gestores que as prefeituras se comprometiam a ajudar no fortalecimento do banco. “Diante disso, estamos elaborando uma contraproposta para apresentar aos prefeitos e definir o que será feito. A certeza que temos é que nenhuma decisão será tomada de forma arbitrária e nem que prejudique a população”, afirma.
O presidente da Fames, Cristiano Cavalcante, defendeu a permanência das agências bancárias tradicionais nos municípios e espera que, na reunião marcada para a próxima sexta-feira, 6, a decisão do banco seja pela permanência das agências bancárias. “Nossa contrapartida será em trazer a folha de pagamento em sua totalidade para o banco nesses municípios, levar os empréstimos consignados, além de medidas para fortalecer o banco, mas não será uma contrapartida que envolva recursos da Prefeitura para ajudar na manutenção das agências. Pedimos uma contraproposta do Banco que será apresentada nessa sexta-feira durante a reunião onde teremos uma definição da medida que o banco vai adotar”, ressalta.
Prejuízos
A presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Ivânia Pereira, defende a manutenção das agências bancárias em todos os municípios sergipanos, e entende que entregar serviços da atividade-fim a terceiros fragiliza o Banese.
“O Banese tem um papel importante na economia sergipana e no desenvolvimento social de Sergipe. A presença do Banese em um município contribui enormemente para o fortalecimento da economia local, é isso que queremos alertar, para a importância do Banese para os municípios. Reduzir o tamanho das agências e transferir o papel do banco para correspondente bancário é enfraquecer a empresa porque transfere sua atividade-fim para uma empresa privada, para um correspondente bancário, é isso que estamos preocupados”, afirma.
Os deputados que participaram da audiência manifestaram unanimemente preocupação com os impactos que a medida anunciada pelo banco vai causar. O deputado Iran Barbosa (PT) disse que apesar de o presidente do Banco afirmar que não haverá fechamento de agência, resolução nº 4.072/2012 do Banco Central diz o contrário.
“O artigo 4º define o que é uma agência bancária e esse artigo diz que uma agência deve ter atendimento presencial, se tirar os caixas, é fechamento de agência sim, é descaracterização de acordo com o que diz o Banco Central, instituição que regulamenta o sistema bancário no país. Os argumentos apresentados aqui hoje são muito parecidos com os argumentos utilizados para fechar a Petrobras e Fafen, e o Governo não pode deixar que aconteça com o Banese o mesmo que aconteceu com essas duas outras instituições, até porque o setor financeiro é o maior usufrutuário da política econômica”, enfatiza.
A presidente da Comissão de Economia e Finanças, Diná Almeida, questionou ao presidente do Banco como vai ficar a situação dos clientes menos esclarecidos. “Como vai ser para os clientes de povoados que não mexe em celular e nem em caixa eletrônico? Quem vai orientar essas pessoas? E como fica os funcionários dessas agências, serão demitidos?”, questionou.
O presidente do banco encerrou sua fala garantindo que não haverá demissões e sim remanejamento e que os funcionários que permanecerão nas agências irão orientar os clientes. “ Hoje 97%das transações do Banese são feitas por meios eletrônicos, então a parcela que ainda usa o serviço é muito pequena, isso é comprovado através de dados, mas essa parcela será orientada pelos funcionários que ficarão nas agências que serão treinados para essa nova função”, finaliza.
por Karla Pinheiro
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