Foi lançado na manhã desta segunda-feira, 9, em Aracaju, o Fórum Sergipano de Petróleo e Gás. O evento que acontece no Teatro Tobias Barreto até o final do dia reúne pessoas de todo país ligadas ao setor. Durante o encontro, o Governador Belivaldo Chagas anunciou algumas medidas na área de petróleo e gás, dentre elas o envio de um projeto de lei para a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) autorizando a venda da participação do Estado na Sergas, empresa que tem a exclusividade para explorar a prestação de gás canalizado em Sergipe.
Na oportunidade, também foi anunciado a interiorização do gás que será produzido em um navio terminal e transportado em cilindros inicialmente para os municípios de Lagarto, Nossa Senhora da Glória e Itabaiana. Para o secretário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedetec), José Augusto Carvalho, o Fórum marca o início de uma nova fase em Sergipe.
“Tem muito o que fazer e devemos pensar a longo prazo. O evento marca o lançamento de diversas coisas novas para Sergipe, a exemplo do transporte de carga movidos a gás líquido e a chegada de gás em quantidades colossais, isso deve gerar milhares de empregos e atrair novas indústrias. Grandes consumidores de gás certamente vão colocar em seu radar que Sergipe é o lugar ideal para instalação de suas plantas. Por exemplo, cimento, vidro, cerâmica, fertilizantes, qualquer nova indústria nessa área deve pensar como uma opção importante vir para Sergipe”, ressalta José Augusto.
O secretário conta ainda que o Governo têm feito um trabalho voltado para atrair novas empresas para Sergipe. “As coisas já começaram a acontecer. Sergipe está fazendo de tudo para trazer essas empresas mostrando que é um Estado sério, que sabe planejar e pensar com responsabilidade. Estamos muito confiantes”, garante Carvalho.
Termoelétrica
O presidente da Termoelétrica Celse instalada no município da Barra dos Coqueiros informou que desde a semana passada foi iniciada a produção de gás em Sergipe. Por enquanto, a produção está em fase de teste, mas em fevereiro de 2020 a termoelétrica deve entrar em operação comercial.
“O terminal da Celse hoje tem capacidade de regaseificar até 21 milhões de metros cúbicos por dia, mas a Celse consome apenas seis, então existe uma capacidade disponível para que outros interessados possam vir a nós e usar essa infraestrutura que existe para consumir gás. É uma oportunidade muito grande para qualquer empresa que esteja interessada em adquirir gás a preços internacionais”, afirma Pedro Litsek, presidente da Celse.
Investimentos
O presidente global da Golar Power, empresa que investiu R$ 9 bilhões na termoelétrica na Barra dos Coqueiros, conta que a intenção do grupo é substituir o percentual de diesel importado no país pelo GNL nos próximos anos.
“O GNL é um combustível em muita abundância no mundo, e o que mais motivou nosso grupo a investir nesse mercado foi justamente a disparidade de preço do GNL e óleo diesel. Existe uma vantagem competitiva relevante e obviamente a abundância do produto faz com que a gente acredite que é uma solução a longo prazo para uso tanto de termoelétricas, quanto no transporte de cargas e transporte urbano. Já é um insumo utilizado em vários países, na China hoje são 400 mil veículos rodam usando o GNL, tanto ônibus quanto caminhões, e o Brasil tem toda essa malha rodoviária e essa demanda pelo diesel. Nossa meta é que a gente consiga substituir o percentual de diesel importado no país com o GNL nos próximos cinco a sete anos”, adianta.
O presidente explica que o investimento em Sergipe é fruto de capital externo, modelo único no Brasil em projetos de infraestrutura desta magnitude não dependendo do capital de fomento do BNDES. “A ideia é que Sergipe seja nossa raiz para introduzir esse modelo de negócio inovador e revolucionário, e daqui a gente possa dar o exemplo e expandir para o resto do país”, enfatiza.
Projeto de Lei
O deputado federal Laércio Oliveira é relator do Projeto de Lei nº 6407/2013 que trata da modernização do uso do gás no Brasil. De acordo com o parlamentar, já existe uma lei do gás, mas é uma política ultrapassada e o país precisa de um novo marco regulatório do gás.
“Esse é um mercado que cresceu bastante e precisamos aplicar ele com eficiência no Brasil. A Argentina tem 30 mil quilômetros de dutos, o Brasil só tem nove. Se compararmos o Brasil com a Argentina a gente percebe que tem alguma coisa errada. Isso acontece porque nós temos uma legislação difícil de ser cumprida por aqueles que trabalham no mercado do gás. Fazer acontecer o novo mercado de gás no país é uma das políticas do governo federal e para isso a gente precisa do novo marco regulatório do gás”, afirma.
De acordo com Laércio, o projeto deve ser colocado em pauta na Câmara dos Deputados ainda este ano. “Sergipe detém 18% de toda necessidade de gás que o Nordeste do Brasil tem. Temos uma condição muito grande de transformar Sergipe a partir dessa riqueza mineral, então produzir uma lei que vai contemplar todos os estados, mas especialmente Sergipe nos deixa muito empenhado nisso”, finaliza.
Por Karla Pinheiro
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