Parlamento transformado em campo de batalha

Venâncio tenta acalmar ânimos/ Foto reprodução de vídeo Nelson Roberto
A população sergipana vem acompanhando seja por meio da imprensa, das sessões plenárias na Assembléia Legislativa e em algumas câmaras municipais ou mesmo com o chamado ‘boca a boca’, o parlamento sendo transformado em verdadeiros campos de batalha. Nem mesmo as alianças políticas estão definidas e as agressões entre deputados e vereadores já mostram com clareza como será o processo eleitoral em Sergipe com vistas ao pleito de outubro de 2010. Em Aracaju, deputados quase chegaram às vias de fato nos últimos dias. No interior, brigas políticas se transformam em casos de polícia, com depoimentos em delegacia e ameaças.

Goretti Reis: “Todos merecem respeito”
Na Assembléia Legislativa de Sergipe, o clima de tensão não é nítido apenas entre deputados da oposição e situação. Algumas vezes, parlamentares da mesma base aliada não se entendem a exemplo de episódios em que quando um está falando, o outro se retira, ou quando um elogia um prefeito, o outro critica, como aconteceu há alguns meses com os deputados Ana Lúcia e Rogério Carvalho [ambos do PT], quando Rogério disse ter orgulho do prefeito de Santana do São Francisco, Ricardo Roriz e Ana Lúcia afirmou que Roriz já a chamou de mentirosa.

Nos últimos dias, o plenário da Assembléia Legislativa de Sergipe tem sido movimentado pelo calor das eleições gerais de outubro de 2010. São denúncias, gritarias, bate-bocas e quase agressões físicas, sendo preciso a suspensão dos trabalhos, a exemplo do episódio envolvendo os deputados Augusto Bezerra (PMDB) e os deputados governistas Rogério Carvalho e Francisco Gualberto (PT), quando os discursos

Adelson Barreto: “Não é como se propaga na imprensa”
ficaram acirrados [devido a um suposto crime eleitoral praticado por Bezerra e acusação de compra de votos]. Foi preciso a intervenção dos deputados Suzana Azevedo (PSC), Venâncio Fonseca (PP) e de jornalistas para evitar agressões físicas.

“Dissimulada”

A deputada Goretti Reis (DEM) é uma das parlamentares que defende a paz nas sessões plenárias.  Chamada de “pessoa dissimulada” pelo líder do Governo, Francisco Gualberto, ela garante que não vai descer o nível. “Talvez por eu ser mulher a ofensa tenha sido apenas verbal, não partindo para a agressão física, mas não descerei meu nível e não irei contribuir para o descontrole emocional alheio. Todos nessa Casa merecem respeito e não ouvir palavras que venham a denegrir o ser humano”, entende Goretti Reis.

Francisco Gualberto; “Não quero falar sobre coisas negativas”
O deputado Francisco Gualberto (PT), ao ser procurado pela reportagem do Portal Infonet disse que não queria falar sobre as agressões verbais no plenário. “Eu prefiro não falar sobre fatos negativos. Já disse que Augusto Bezerra forja agressões querendo se sair como vítima”, declara.

Normalidade

O deputado Adelson Barreto (PSB) que presidia a sessão quando das discussões entre os deputados Augusto Bezerra, Francisco Gualberto e Rogério Carvalho, disse ver a situação com normalidade. “Não vejo a coisa como se propaga na imprensa. Houve uma discussão verbal por conta de um

Telas exibem missa de Padre Marcelo Rossi
parlamentar estar atrapalhando a fala do que se pronunciava na tribuna e eu suspendi a sessão. Não houve agressões físicas e é uma coisa normal no parlamento”, acredita.

Orações

Antes de iniciar as sessões na Assembléia Legislativa de Sergipe, tem sido comum a exibição de missas de padre Marcelo Rossi. E mesmo com a presença de deputados evangélicos, o clima tem ficado tenso. Para o pastor e deputado Mardoqueu Bodano (PRB), as discussões podem ser consideradas normais. “Na minha visão, tudo se volta por ser um período eleitoral em que cada parlamentar que coloca em discussão o que quer resolver e o outro ouve cobranças, há pequenos desentendimentos. Só não se pode deixar levar por emoções mais fortes. Mas isso acontece em todo o país e até mesmo no exterior. Tem mesmo que ter alguém que possa orientar orando”, entende o pastor Mardoqueu.

Acontece no interior

Mês passado, uma discussão entre os vereadores Teobaldo Bispo (PV) e Bismarck Chagas (PMDB) marcou a sessão da Câmara Municipal de Pinhão, principalmente por conta de agressões a familiares de ambos. Resultado: bancada virada, microfone e copos quebrados, promessa de ação por quebra de decoro parlamentar e até mesmo casa apedrejada.

E há poucos dias, os vereadores de Poço Redondo, Cidinho de Bento (PT) e Luiz Alberto teriam trocado socos e pontapés dentro do prédio onde funciona a prefeitura. Um teria colocado o dedo no rosto do outro, que teria revidado atirando um copo de café, dando início às agressões que acabaram em depoimentos na delegacia.

Por Aldaci de Souza

 

 

 

 

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