Cirurgia: Gaeco acredita que 2020 será ano decisivo para investigados

Promotor Bruno Melo entre as promotoras Ana Paula Machado e Luciana Duarte no momento em que explicaram o pedido de intervenção no Hospital de Cirurgia feito no ano passado (Foto: Arquivo Portal Infonet)

O promotor de justiça Bruno Melo, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual de Sergipe, acredita que o ano de 2020 será decisivo para os ex-gestores do Hospital de Cirurgia, acusados por prática de atos delituosos para desviar os recursos que deveriam ter sido usados para assegurar a prestação de serviços aos pacientes assistidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles respondem a sete ações judiciais movidas pelo Ministério Público Estadual, que estão em andamento no Poder Judiciário sergipano, envolvendo supostos crimes de peculato, organização criminosa articulada para desviar recursos públicos, lavagem de dinheiro e ato de improbidade administrativa.

A última ação judicial foi movida no início desta semana pelo promotor Bruno Melo por suposta sonegação fiscal, que teria sido cometida pelos ex-presidentes Gilberto dos Santos e Milton Souza de Santana. A expectativa, segundo a ótica do promotor de justiça Bruno Melo, é que ainda neste ano seja iniciada a fase da instrução processual, com audiências para ouvir as testemunhas indicadas pelo MP e pelas respectivas defesas dos acusados. E que, no decorrer de 2020, haja julgamento dessas ações judiciais na primeira instância do Poder Judiciário sergipano.

O promotor de justiça explica que o Gaeco foi designado pela Procuradoria Geral de Justiça há cerca de um ano e meio para atuar nas investigações criminais iniciadas por outras promotorias de justiça específicas para analisar os problemas que ocorriam no Hospital de Cirurgia, que culminaram com atraso de salários, dívidas com fornecedores e prestadores de serviços, greves de servidores e suspensão de diversos atendimentos médicos e procedimentos cirúrgicos. “Em julho de 2018 fizemos busca e apreensão e com os dados obtidos passamos a abrir uma série de investigações”, explicou o promotor.

E, nestes procedimentos, verificou-se indícios de existência de desvio de recursos repassados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) àquele hospital. “A atuação do Gaeco foi bastante positiva, conseguimos comprovar, ao nosso ver, crimes realizados pelos dois últimos presidentes do Hospital de Cirurgia e também atuamos na intervenção judicial que é o fato mais relevante e importante”, ressaltou.

Essas investigações culminaram com a intervenção judicial no hospital, que está completando um ano. Nesse período, a interventora Márcia Guimarães fez inovação na gestão e conseguiu retomar os procedimentos que estavam paralisados e melhorar a eficiência da prestação de serviços, conforme relatório de gestão que foi anexado ao processo judicial que tramita no Fórum Gumersindo Bessa em Aracaju. “Verificamos que o problema de funcionamento no hospital não era apenas problemas de repasse de recursos, era problema também de gestão. Márcia Guimarães tem realizado um trabalho e mostrou os pontos positivos da intervenção, mostrou todos os avanços ocorridos durante a intervenção”, enfatizou, enaltecendo a transparência da nova gestão.

O Portal Infonet procurou os ex-presidentes acusados em diferentes ocasiões. Eles sempre negaram a ocorrência de atos delituosos durante a gestão, mas não falam sobre essas últimas manifestações do Ministério Público Estadual. O Portal Infonet permanece à disposição. Informações podem ser enviadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (79) 2106-8000.

por Cassia Santana

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