Médicos paralisam atendimento na rede pública na quarta

João Augusto: pela carreira médica (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

Foi cancelada mais uma vez a palestra que a secretária de Estado da Saúde, Joélia Santos, faria no Sindicato dos Médicos (Sindimed) sobre a situação da saúde pública no Estado de Sergipe. A palestra aconteceria no início da tarde desta terça-feira, 2, mas a direção do Sindicato dos Médicos foi comunicada de que a secretária não iria ao encontro. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde, houve incompatibilidade na agenda devido a compromissos agendados na semana passada com o Ministério da Saúde.

Nesta quarta-feira, 3, os médicos paralisarão o atendimento na rede pública, nas três esferas – federal, estadual e municipal, garantindo apenas a assistência aos casos de urgência e emergência. Estarão suspensos os serviços ambulatoriais e eletivos. Pela manhã, a classe médica inicia a mobilização recebendo jornalistas na sede do Conselho Regional de Medicina (Cremese), em Aracaju, e, posteriormente, seguirá em passeata com direção ao centro da cidade.

Os manifestantes pretendem realizar vários atos durante o trajeto, passando pela sede do Ministério da Saúde em Aracaju, pela Câmara Municipal de Vereadores, Assembleia Legislativa, Secretaria Municipal de Finanças, com um ato de encerramento em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Saúde, na praça General Valadão. “Desta forma, atingiremos as três esferas de governo”, explica o presidente do Sindimed, João Augusto Oliveira.

Esta é uma mobilização nacional. A principal bandeira da classe é a aprovação do projeto de lei 454/2009, que estabelece a carreira médica no Sistema Único de Saúde (SUS), com dedicação exclusive e salário inicial de  15 mil. O projeto, conforme explica o presidente do sindicato, foi aprovado na Câmara dos Deputados e está em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.

A melhoria na estrutura de trabalho também está atrelada às reivindicações. “Em nada adiantará a presença do médico se não tivermos estrutura de trabalho”, considera João Augusto. “Sem estrutura, teremos a falsa esperança de que os problemas serão resolvidos”, justifica.

O presidente do Sindimed também critica a transferência da administração de unidades de saúde para fundações e organizações sociais, classificando-o como modelo privativista. Assim como também há resistência na contratação de médicos estrangeiros sem que os diplomas sejam validados pelo Ministério da Educação (MEC). Não somos contra a ninguém atuando aqui, desde que os diplomas sejam validados”, considera Oliveira.

Ele observa que, na avaliação do MEC e do Ministério da Saúde, médicos oriundos da Venezuela, Cuba e da Bolívia estão sendo reprovados nestas avaliações do MEC. “Médicos de origem européia e norte-americana são aprovados. Portanto,  a avaliação por meio de prova teórica e prática deve ser feita”, considera o presidente do Sindimed.

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saude, a secretária Joelia Silva Santos desmarcou a reuniao com o grupo de medicos em função de compromissos com agenda junto ao Ministerio da Saude.

Por Cássia Santana

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