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Professores e sindicato não aceitam fechamento (Fotos: Portal Infonet) |
O Instituto Educacional Rui Barbosa (IERB) antiga Escola Normal pode fechar as portas. A denúncia foi realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe (Sintese) que na manhã desta terça-feira, 27, participou de reunião na promotoria de educação do Ministério Público Estadual. Durante a audiência o diretor executivo do Sintese, José Francisco Andrade, relatou que os professores e alunos serão prejudicados com o fechamento da escola.
“Professores e alunos estão muito preocupados com essa proposta da Seed [Secretaria de Estado da Educação] em acabar com o ensino na instituição que tem mais de 150 anos. Sabemos que existe uma alternativa e vamos buscar essa alternativa e uma nova proposta que não seja acabar com o curso e a instituição”, salienta Francisco.
De acordo com o diretor executivo do Sintese a proposta da Seed é acabar com as atividades e transformar o prédio em um Centro de Qualificação Profissional (CQP). “Os professores vão buscar um novo diálogo com a Seed e esperamos que eles sejam sensíveis ao apelo da categoria”, lembra.
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O promotor Valois solicitou da Seed informações concretas sobre o problema |
A diretora do IERB, Edwilma Araujo dos Santos, ressalta que apesar de representar a Seed não concorda com a extinção do ensino. A diretora reconhece que o prédio da instituição precisa de uma reforma urgente, mas prefere que a unidade escolar seja um centro para qualificação de alunos.
“A proposta da Seed é transformar o IERB em um centro de qualificação para os professores até mesmo com dormitório porque a secretaria alega que gasta muito com hospedagem dos professores do interior”, afirma Edwilma Araujo que enfatiza que este ano foram negadas 500 matrículas.
Segundo a direção da escola existem 539 alunos matriculados na escola, mas as condições do prédio são preocupantes. “É um prédio que sem nenhuma reforma há 13 anos. Temos três salas que foram interditadas por uma questão de saúde porque o cheiro de mofo e as infiltrações impedem aulas naquelas salas. Seria necessário a mudança total do telhado, mas o investimento vou avaliado em mais de R$300 mil”, conta a diretora do IERB.
MPE
Após ouvir os relatos o promotor Luis Fausto Valois determinou que o setor do perícia do Ministério Público realize uma vistoria na escola, pedindo ainda que a Vigilância Sanitária municipal também realize visita a instituição e diga se o prédio tem condições de continuar funcionando e se existe necessidade de interdição parcial ou total.
O promotor determinou ainda que no prazo de 10 dias o Corpo de Bombeiros verifique as condições do prédio para saber se a instituição obedece as normas de segurança. Valois solicitou que os representantes da Seed encaminhem ao MPE no prazo de 10 dias informações sobre a estrutura física e as providencias que estão sendo tomadas para evitar riscos, como curto circuito.
A Defesa Civil também foi convocada a verificar a estrutura do colégio e a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) fiscalizará o comércio ambulante em torno da escola.
Uma nova audiência foi agendada para o dia 13 do próximo mês onde será discutida a situação pedagógica e o futuro da instituição.
SEED
A Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Educação (SEED) entrou em contato com a redação do Portal Infonet para informar que não existe a discussão para o fechamento da Escola Normal, mas sim, sobre a mudança de modalidade de ensino da mesma. “A Escola Normal é secundarista e forma professores apenas com o ensino médio, que atualmente não é absorvido pelo mercado de trabalho. O governo do estado no próximo concurso da Educação, que já está com o edital pronto, exige professores com o superior completo. Então, seria um contra-senso formar um profissional que nem o próprio governo aceita mais”, diz Givaldo Ricardo.
A proposta é que nos próximos três anos não sejam aceitas novas matrículas e os alunos que estudam na Escola Normal se formem. Logo após este período, o prédio recebeiria reforma em sua infraestrutura e passaria a funcionar como um Centro de Formação Continuada de Professores, “para que os professores da rede estadual possam ter qualificação permanente”.
Ao ser questionado que o local deixaria de atender a adolescentes e futuros alunos, para atender a magistrados do estado, o assessor informa que os alunos podem se matricular em outra unidade de ensino do estado.
E acrescenta dizendo que esta é uma das idéias do governo para a Escola Normal, mas avisa que o secretário de Estado de Educação, Belivaldo Chagas estará se reunindo na próxima semana com o sindicato para escutar e discutir outras alternativas.
Por Kátia Susanna
A matéria foi alterada às 20h para acréscimo das informações da SEED