Codap dá exemplo de como incentivar alunos na pesquisa

Codap e o incentivo aos alunos (Fotos: Portal Infonet)

O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe (Codap/UFS) é considerado uma escola pública com excelência. O título não está atribuído a uma premiação nacional, mas aos próprios alunos, que destacam a qualidade do ensino, o incentivo à pesquisa e à formação dos professores como motivos para o bom desempenho dos ex-alunos na aprovação do vestibular e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Aos 14 anos, Victor Fernando Alves Carvalho é exemplo do trabalho realizado pelos professores do Codap. Afinal, em qual escola pública ou particular da capital, um estudante poderia ser convidado para apresentar um trabalho junto com acadêmicos de uma universidade? Foi exatamente o que aconteceu com Victor, que faz parte do Grupo Ética e Filosofia Política do Codap.

O aluno desenvolveu um projeto sobre Governo e Religião em John Locke. O trabalho teve reconhecimento do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que convidou Victor para expor a pesquisa junto aos acadêmicos.

O aluno Victor Fernando Alves Carvalho

“A escola está muito ligada à universidade, o que acaba refletindo nos estudos dos alunos do Codap. Por exemplo, nós temos informações sobre tudo que acontece na UFS. O que termina influenciando na pesquisa e nos trabalhos que fazemos”, diz o aluno, que se prepara para o curso de Direito.

Para Pablo Gabriel Monteiro de Santana, o incentivo dos professores para que os alunos se envolvam na pesquisa científica é fundamental. “Nas escolas particulares é difícil incentivar a pesquisa, então depois que vim estudar aqui notei essa diferença. Aqui existe o incentivo dos professores e com isso já amadureci muito”, conta.

O colégio não incentiva somente a pesquisa científica: as artes também encontram espaço. Aos 14 anos, Natália Gomes sonha com aulas de canto fora do país. “Gosto muito de pop e rock. O meu desejo é fazer uma faculdade de música ou mesmo intercâmbio em New York”, almeja.

O professor Mestre e Doutorando Saulo Henrique Souza Silva é o coordenador do Grupo Ética e Filosofia Política. Orgulhoso do grupo, o professor comemora 12 bolsas concedidas pelo Programa de Iniciação Científica Júnior (Pibic Júnior) aos alunos.

O professor Saulo Henrique e os alunos pesquisadores

O Pibic JR concede bolsas de Iniciação Científica a estudantes do ensino fundamental do 6ª ano do ensino fundamental até a 2ª série do ensino médio ou de educação profissional em escola pública ou privada.

Saulo Henrique destaca que o bom desempenho dos alunos se deve, entre outras coisas, ao quadro docente, formado por mestres e doutores. “O quadro de professores do Codap é formado por mestres, doutores e doutorandos, isso faz muita diferença no incentivo aos alunos. O nível dos alunos no Codap é muito bom. A grande vantagem dos alunos é que o colégio fica dentro da universidade, ou seja, os alunos aproveitam a estrutura da universidade. Como a estrutura do Resun e da biblioteca”, fala.

O professor fala com satisfação da recompensa do trabalho realizado em sala de aula. “Perceber o progresso dos alunos. É preciso que os professores tenham mais envolvimento com os alunos e não somente vomitar o conteúdo. É preciso acompanhar o progresso e incentivar o conhecimento em todas as áreas”, lembra o doutorando.

Natalia e as amigas Mayara ( ao centro) e Thais

A professora Adjane Tourinho, que recentemente organizou a Jornada Esportiva Científica e Cultural do Colégio de Aplicação (JECCCA), reforça que os alunos do Codap são incentivados a trabalhar em várias áreas do conhecimento. “No caso do JECCCA nós ampliamos a feira para outras escolas, inclusive recebendo alunos de escolas da rede municipal e estadual. Estamos abrindo as portas para popularizar a ciência. Essa integração é importante porque os alunos de fora passam a conhecer o que é feito no colégio, fruto das discussões ao longo do ano”.

Há três anos na direção do Codap, Nemésio Augusto Silva salienta que o foco do Codap é na formação dos professores, por meio de um projeto de extensão da UFS. No entanto, admite que são vários os motivos para o bom desempenho dos alunos da instituição em vestibulares. “Os professores são dedicação exclusiva, o que possibilita a criação de projetos direcionados aos alunos”, ressalta.

O diretor cita os desafios do Codap após a incorporação do novo método, recomendado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Conselho Nacional de Diretores dos Colégios de Aplicação (Condcap), o sorteio público. De acordo com Nemésio Augusto antes do sorteio público o Codap tinha cerca de 75% de alunos de escolas particulares. Com o sorteio público o número aumentou em mais de 50% de alunos da rede pública.

A equipe do Codap orgulhosa do trabalho com os alunos

“Percebemos uma pequena dificuldade que esses novos alunos tem de um reforço maior em língua portuguesa e matemática. Junto com a equipe de professores tomamos a decisão de aumentar o número de aulas de matemática e português e diariamente acompanhamos os alunos”, destaca.

Por Kátia Susanna

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