Gestantes continuarão a enfrentar dificuldades no SUS

Antonio Carlos: solução a longo prazo (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

Persistirão os problemas que as gestantes costumam enfrentar ao buscar atendimento nas maternidades públicas. A superlotação é um dos gargalos e só terá uma solução definitiva a partir do funcionamento da Rede de Atendimento que está sendo implantada pelo Governo do Estado, com a parceria do Governo Federal e gestores municipais. Uma solução que não acontecerá a curto prazo, conforme admite o próprio secretário de Estado da Saúde, Antonio Carlos Guimarães.

Este conceito o secretário externou em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira, 19, ao Portal Infonet. Guimarães admitiu os problemas e os justifica alegando a escassez de leitos obstétricos no Estado, especialmente, no interior do Estado. “Hoje temos um grande gargalo, que é a capacidade instalada. O gargalo está na dificuldade de leitos, que a gente precisa operacionalizar”, diz. “Temos um gargalo e não negamos, que é o número de leitos disponíveis no interior”, considerou.

Na entrevista, o secretário não apresentou alternativas imediatas para solucionar os problemas, mas garantiu que a situação será efetivamente normalizada a partir do segundo semestre do próximo ano, quando se prevê o funcionamento pleno de uma rede de atendimento que está sendo construída com base nas orientações do Ministério da Saúde contidas em portarias governamentais que instituem a Rede Cegonha, no âmbito da estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).

Parteiras sem leitos

Rede Cegonha: a alternativa para aliviar sofrimento de gestantes

Ao Portal Infonet, o secretário fez uma revelação curiosa. As maiores dificuldades, segundo analisou, estão concentradas nas regiões onde estão presentes o maior número de parteiras. Em Nossa Senhora da Glória, segundo o secretário, há 19 parteiras – o maior número detectado no Estado – mas não há leitos obstétricos e as gestantes acabam migrando para a capital para ter um parto seguro, o que provoca a superlotação e o jogo de empurra empurra flagrados nas maternidades que prestam o atendimento.

No futuro, aí sim, este problema será solucionado, no entendimento do secretário, quando entrar em funcionamento a rede de atendimento a gestantes que só deverá ser erguida a partir da conclusão das obras do hospital regional instalado no município de Nossa Senhora da Glória. Período em que também estarão sendo ativados os serviços nos municípios de Nossa Senhora do Socorro, São Cristovão, com a previsão de se atingir a quantidade de leitos suficientes para garantir a tranquilidade de parturientes e daqueles que desejam fazer o planejamento familiar.

De acordo com a estatística da Secretaria de Estado da Saúde, em Sergipe há 457 leitos obstétricos, mas para atender à demanda da população, conforme admite o secretário, seriam necessários 560, levando em consideração orientação do Ministério da Saúde que estabelece proporcionalidade de 0,28 leitos por cada grupo de um mil habitantes.

A partir da criação da rede, outras medidas paralelas já estão articuladas pela Secretaria de Estado que seria o incentivo ao parto normal para reduzir as taxas de cesarianas, que aumenta o tempo de internação e contribui com a consequente superlotação nas maternidades.

Mesmo com os problemas, a Secretaria não admite o jogo de empurra empurra. O secretário adverte que as pacientes que se sentirem prejudicadas devem denunciar as ocorrências à Ouvidoria. As denúncias poderão ser feitas por telefone, a ligação é gratuita: 0800 – 8263000.

Por Cássia Santana

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