Terceira idade: Namorar é recomendação médica

O médico Eduardo Minomo (Foto: Assessoria de Imprensa)

Amar, em qualquer fase da vida, é sinônimo de felicidade. Na terceira idade, o verbo merece continuar sendo conjugado no presente, sem preconceitos, tabus ou qualquer outro impedimento. Com a chegada do Dia dos Namorados, preparamos um bate-papo com Eduardo Minomo, geriatra do Espaço Ativo, que esclarece mitos sobre o tema na terceira idade e reforça que o amor ainda é um dos melhores remédios da vida.

Assessoria de Imprensa – Há um desinteresse em namorar na terceira idade ou isto é um mito? Qual a visão médica sobre o assunto?
Eduardo Minomo – Este é um dos grandes mitos que precisamos combater: a imagem do idoso assexuado. Na verdade, o amor, a paixão e a sexualidade fazem parte de toda a vida. Logicamente, entre os jovens é mais fácil haver namoros. E, se esses eventos diminuem com a idade, não é por falta de interesse. Talvez por falta de oportunidade. Estudos epidemiológicos mostram que existe a tendência de queda da atividade sexual com o avançar da idade, no entanto a capacidade de ter prazer sexual permanece mesmo entre os mais idosos, como constatado por pesquisas que utilizam questionários de auto-avaliação da qualidade de vida. Não se pode afirmar que o velho perca a capacidade de amar ou de ter  uma vida sexual, como se isso fosse prerrogativa dos jovens. O velho não deixa de amar, mas reinventa formas amorosas.

Assessoria de Imprensa – É considerado saudável ter um relacionamento sexual ativo na terceira idade?
E.M – Absolutamente saudável. Porém sabemos que, em nossa sociedade, é como se o interesse sexual ou amoroso entre os idosos causasse um certo horror, às vezes inaceitável. Crenças religiosas  podem contribuir para a desvalorização da sexualidade e do erotismo, considerando algo diante do qual o velho deveria envergonhar-se ou, no mínimo, calar-se. Nas últimas décadas, no entanto, vem ocorrendo uma mudança nessa mentalidade.

Assessoria de Imprensa – Há casos de idosos que solicitam medicamentos para estimulação sexual? Isso é benéfico para a saúde?
E.M –
Sim, é cada vez mais frequente, no consultório, os idosos solicitarem medicamentos para estimulação sexual. Como já foi dito, aos poucos vem caindo por terra a ideia de que os idosos perdem o interesse por sexo. Nesse contexto, todas as terapias que envolvem função sexual, têm-se desenvolvido. Nos últimos anos, temos abordado com mais frequência a questão da disfunção erétil e, por conseguinte, seu manejo terapêutico. A utilização das novas drogas para o tratamento da disfunção erétil tem causado uma verdadeira revolução nos hábitos de vida e, hoje em dia, é muito mais frequente a manutenção da atividade sexual na terceira idade. É claro que todo tratamento medicamentoso exige cuidado e atenção, principalmente considerando as comorbidades muito comuns entre os idosos.

Assessoria de Imprensa – Quais as recomendações que você daria para um idoso (com ou sem parceiro)?
E.M –
O médico que aborda a questão da disfunção erétil tem que ter em mente que ela é causada, em 80% das vezes, por patologia orgânica, sendo que a etiologia mais comum é a vascular. Ou seja, os fatores de risco para doença cardiovascular também estão fortemente associados à disfunção erétil. Assim sendo, nessa abordagem não podemos deixar de mencionar a necessidade de um enfoque em relação à hipertensão arterial sistêmica, diabetes, dislipidemia e tabagismo. Por fim, não podemos deixar de mencionar todo o cuidado que devemos ter em relação à prática de sexo seguro. Estudos recentes mostram que tem aumentado o número de idosos infectados pelo vírus do HIV e devemos pois estar sempre alerta em relação à possibilidade dessa e também de outras doenças sexualmente transmissíveis.

Assessoria de Imprensa – Poderia citar hábitos que toda pessoa idosa poderia adotar para ter uma vida mais feliz e ativa?
E.M –
Ser feliz é questão de talento. E envelhecer feliz é uma arte. Fórmulas milagrosas não existem, mas acho que cada indivíduo idoso deveria poder fazer aquilo de que mais gosta, sempre respeitando o outro. Não podemos nos esquecer que somos seres biopsicossociais. Desse modo, as minhas regras seriam essas: visitar o médico regularmente, alimentar-se de maneira adequada, ter boas horas de sono, exercitar-se, ser partícipe do nosso destino e ativo na sociedade, praticar o bem e amar. Recentemente ouvi uma frase muito interessante que pode muito bem resumir essa ideia: Para envelhecer com qualidade de vida devemos comer a metade, andar o dobro e rir o triplo.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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